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Opinião

Aqui e agora... “Só por Deus mesmo”

12 abril 2018 - 12h31Por Julio Saldivar Oviedo

E vamos sobrevivendo neste mundo sem freios, entre fatos do dia a dia que nos chocam, nos emocionam, provocam sensação de bem estar, ou náuseas; trazem esperança ou nos remete a incertezas; vem acompanhado de alegrias, ou tristezas, e nos leva cada vez mais ao rumo da insegurança. Tenho que ser perseverante, forte, devo acreditar e confiar em alguém. Quem sabe amanhã as pessoas serão mais humanas, mais compreensíveis, e iremos nos ajudar mutuamente, lutaremos pelo bem de todos... Ou, quem sabe vai continuar tudo como está, e da mesma forma, ou pior.

Vejo no noticiário que a favela explode incontrolavelmente de todas as formas, caixas eletrônicos, carros fortes também explodem, os “manos” estão armados e “doidões” com tanta droga... E a polícia morrendo. Chamou o exército, o comando agora é de Coronéis. Eles chegam, se reúnem, estudam a situação, e concluem que tudo só vai melhorar a longo prazo e com “muita grana”. Nenhuma novidade.

O noticiário mostra ainda doentes à deriva, pedindo socorro nos corredores de hospitais, e nas tais Unidades de Pronto Atendimento. Trabalhadores sem trabalho, e quando conseguem não possuem segurança alguma em relação ao tempo que poderão desfrutar dele. Idosos e jovens em confronto pelo espaço que tem pela frente, e a maioria das escolas e universidades estão aprendendo a ensinar, para tentar nos tirar do rol dos países em que o nível da educação é dos piores.

As florestas sendo exterminadas e a água doce acabando. As tempestades, cada vez mais furiosas, varrem a terra, derrubam os morros em cima de famílias, que estão onde sobrou um pouco de espaço para tentar viver com alguma dignidade. As providências humanas são poucas, os poderosos não querem lutar contra as causas pelas quais eles são os grandes responsáveis, porque se consideram deuses inatingíveis.

O Governo, a justiça e o congresso dividem o assunto corrupção. Na grande maioria dos organismos públicos se encontra alguém lutando por interesses particulares, preocupados basicamente em manter benefícios e privilégios, pagos por aqueles que realmente trabalham e lutam por um Brasil melhor. Muitas entidades de classes, ou formadores de opinião de todos os tipos, e grande parte dos eleitores brasileiros também precisam salvar privilégios. Todos esses precisam da propina, ou de uma “boquinha”, não importa de quem, e como vem, porque querem continuar mamando nas “tetas” e assim usufruir a parte da vaca que lhes interessa.

A desigualdade social é nosso grande mal. Se fala muito em políticas igualitárias, colocam em prática programas sociais que oferecem migalhas e prometem que tudo será para todos, mas reflito sobre quantos à minha volta querem realmente que seja tão igual. Temos que dividir o pão, perder alguma coisa em favor do próximo, porém em torno do individualismo egoísta das pessoas os fatos negativos acontecem, provocam indignação, mas não provocam grandes e benéficas reações.

Precisamos de uma justiça igualitária, que realmente atenda interesses gerais, sem distinção. Mas como conseguir isso se o direito é sempre interpretado da forma que melhor atenda interesses individuais. Como considerar justiça igualitária, se não consigo o mesmo acesso ao judiciário que meu vizinho rico consegue. Por enquanto, reina a injustiça dos homens, e para grande parte da população resta ainda, e somente, acreditar na providência e proteção divina. Deus... Precisamos, mesmo, é de você!

*O autor é douradense ([email protected])