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A Estrada do Potreirito: esbulho e usurpação

09 agosto 2017 - 22h34

Conheço bem a “Linha do Potreirito”, onde tenho um sítio, o “Santa Paula”, há trinta e três anos. Conheço sobejamente a região e muito mais, a dita Estrada. Nos mais de 40 anos que escrevo para os jornais [primeiramente Folha de Dourados e Jornal O Progresso, agora também no Douranews] sempre entendi que é inarredável a obrigação de quem escreve, expondo sua opinião, DIZER A VERDADE, não se importando com o tamanho.

Pela lei municipal de Dourados nº 2.539, de 23 de dezembro de 2002, promulgada pelo então prefeito municipal JOSE LAERTE CECÍLIO TETILA, ficou assentado, por força dessa lei, que transcrevemos integralmente, a seguir: “LEI Nº 2.539, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2002. – “Dispõe sobre denominação de rua do Município” - O PREFEITO MUNICIPAL DE DOURADOS, Estado de Mato Grosso do Sul, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei Orgânica do Município, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona a seguinte Lei: - Denomina ALCIDES JOSÉ DE MACEDO, a estrada vicinal a partir da Av. Marcelino Pires, em frente a “Baggio Madeira”, até a Rua Tubarão no Jóquei Clube, nesta cidade. – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário - Dourados, 23 de dezembro de 2002.- (ass.) José Laerte Cecílio Tetila. Prefeito.” – (sic)

O saudoso homenageado ALCIDES JOSÉ DE MACEDO era padeiro, morava e tinha uma padaria na Linha do Potreirito, a pouca distância do hoje trevo da BR 163. Essa estrada, antigamente, dava acesso à Vila Brasil, hoje, Fátima do Sul.

Com o tempo, a Estrada do Potreirito com início na Avenida Marcelino Pires, passou a servir muitos moradores, com o avanço do Parque das Nações II Plano. Sempre foi muito útil aos agricultores, produtores de leite e a muitos pequenos proprietários, dentre eles muitos que pegavam soro no Laticínio Camby para seus porcos. Como prefeito, Humberto Teixeira alargou e cascalhou aquele trecho.

ALCIDES JOSÉ DE MACEDO, enquanto viveu, trabalhou na sua padaria que atendia toda aquela região. Vários membros da sua família, até hoje ainda moram lá. A família sentiu-se sobremaneira honrada, na ocasião em que a Câmara Municipal, reconhecendo o trabalho do “velho Alcides”, colocou seu nome na rua onde ele viveu e trabalhou (Lei n. 2.539, de 23-12-2002, sancionada pelo prefeito Tetila).

A “Estrada do Potreirito” sempre nasceu na Avenida Marcelino Pires, conforme nos atesta o texto da Lei 2539/02, acima transcrita. Referida via, nascendo na Av. Marcelino Pires, cruza a BR 163 e passa pelo Jardim Jóquei Clube, seguindo para Fátima do Sul.

Durante a gestão do prefeito José Laerte Cecílio Tetila, além da promulgação da Lei 2.539/02, ocorreu o ESBULHO de parte dessa via pública (a Linha do Potreirito), quando o ex-prefeito JOSE ELIAS MOREIRA apossou-se de uma parte da estrada, no trecho entre o Almoxarifado da Enersul e a Avenida Marcelino Pires.

Na oportunidade, além da comunicação feita diretamente ao prefeito Tetila, cerca de dez proprietários dirigiram-se ao Ministério Público Estadual, localizado ainda à Av. Presidente Vargas, entre a av. Joaquim T. Alves e rua Onofre Pereira e, ao Procurador Alencar (Dr. JOSE Antônio Alencar), registraram a queixa do esbulho da via pública. Um processamento foi aberto e ENGAVETADO, para nunca mais ressurgir. Posteriormente, o esbulho, com todos os detalhes, foi publicado no livro deste autor “A Testemunha da Lembrança”; livro que foi entreguei ao promotor (o sósia do Bonner, da Globo), com pedido de providências. É de acreditar-se que ele nem abriu o tal livro!

O sr. JOSE ELIAS MOREIRA, praticado o esbulho com a maior cara de pau, mantém-se tranqüilo, implantando uma vila no local. Tudo acontece, pela omissão do prefeito Tetila e seus sucessores, e a inoperância do Ministério Público Estadual, costumes que vem de um tempo em que ainda não tínhamos o exemplo que nos tem dado, o juiz federal Sérgio Moro, da Lava-Jato.

Não bastasse o ex-prefeito JOSE ELIAS esbulhar parte da via pública, denominada rua ALCIDES JOSÉ DE MACEDO, agora prevaricadores, passando por cima da LEI MUNICIPAL 2.539, DE 23-12-2002, tentam trocar o nome do homenageado, dando àquela via o nome da senhora Gelcy Maria Teixeira Marcondes, que foi casada com o também saudoso médico Coronel Marcondes, ex-componente da FEB, “cassando” a homenagem concedida, por merecimento, ao velho Alcides.

Temos de reconhecer, a propósito, o desrespeito que se faz à memória da saudosa dona Gelcy Maria Teixeira Marcondes, mãe de uma prole com formação superior, que nos deixou uma lição de vida e um legado de comportamento. Por sua formação e caráter nunca desejaria, em quaisquer circunstância, usurpar o nome de alguém em benefício próprio. A tentada usurpação é uma ofensa à sua memória. Ela sempre acreditou em Deus, acreditou nos seus mandamentos e na solidariedade humana.

Esbulharam e usurparam, e o Vereador Silas Zanatta não sabia!

* O autor é Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e membro da ADL. ([email protected])
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