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Peculiar às Administrações Públicas: Interesse nos impostos, nas multas, e...

26 maio 2017 - 17h25

Não é fácil descortinar a variedade e a multiplicidade das dissimulações, manhas, faltas de escrúpulos, ganância, destemor à repressão, tudo bem untado com o disfarce acintoso e a má-fé, encalacrados na cultura criminal, que se aliam e se somam, quando se trata de subtrair o dinheiro público, usando para perpetrar o crime, quaisquer dos inúmeros recursos de que dispõem. Nada os assustam! Nada os detém!

O peculato, malversação que veio com a colonização portuguesa para o Brasil, foi introduzida na cultura do serviço público. Essa ação dos calhordas busca, evidentemente, meter a mão no dinheiro público, com a mesma desenvoltura das saúvas, no desfolhamento das roseiras.

Equipados com “ferramentas” instintivas, forjadas para a ladroagem, lesam o patrimônio público, privando o povo que paga os impostos, de investimentos na saúde, na educação e na segurança. Recursos públicos, para o peculatário, são como as lâmpadas para as mariposas: atrai, inebria e catapulta o meliante para as gavetas do Erário, para cumprir sua nefasta sina: ROUBAR O POUCO, DOS QUE MAIS PRECISAM!

O povo sabe que é furtado, roubado e assaltado por escroques de colarinhos engomados; sente na própria pele que os serviços públicos essenciais não são prestados, para justificar os impostos recolhidos. Obras públicas nunca são concluídas pela ação do peculato: são escolas, hospitais, creches, rodovias e outras necessidades relacionadas com a infra-estrutura, indispensáveis para o desenvolvimento do País.

Antes da Lava-Jato nunca houve empenho em acabar com o peculato; os peculatários sempre estiveram mansos e ativos. Ninguém ignorava, a existência de uma gigantesca e sólida engrenagem, constituída pelos executivos e pelos legislativos, em todos os níveis das administrações públicas, inclusive com o concurso de Tribunais de Contas e a “ajuda” discreta de magistrados corruptos, instalados no seio da Justiça.

Essa engrenagem foi travada pelo juiz federal Sérgio Moro. Está emperrada agora, quase parando, mas não parou. Na ação da Lava-Jato, espera-se que a hora e a vez dos ladrões do Erário chegou, para que paguem na jaula, o repugnante crime de furtar o “sangue do povo”.

Os legisladores que detém a função primordial de fiscalizar os demais órgãos da administração, na realidade representam um evento danoso para a Democracia, quando se juntam com outros mandatários para furtar o Erário. O Executivo e o Parlamento, num aconchego a que chamam de “base aliada”, exploram com ganas os recursos públicos, com manobras a que chamam de “caixa”, para atender campanhas políticas, viagens, compra de fazendas, de mansões, de jatinhos, de embarcações com o nome de iate... Para a Justiça, a suntuosidade nas instalações, aposentadorias milionárias e a baixa produção judicante, que faz dos Tribunais brasileiros, grandes depósitos de processos. Os maiores!

Nas sessões do Parlamento, sentados permanecem apenas os parlamentares do “Vale dos caídos”, ignorantes, mudos e satisfeitos com os proventos (Jetom) que recebem; os demais: extrovertidos, exigentes e falantes, mantém-se de pé discutindo ao pé do ouvido de um colega, qualquer assunto, menos aquele que se debate ou que interesse ao País e ao contribuinte, que lhe paga até a empregada doméstica e o papel higiênico que usa em sua casa, seguramente uma dependência residencial, fornecida pelo governo com dinheiro dos impostos.

Já foi dito por alguém: “É possível enganar uma pessoa durante todo o tempo; algumas durante algum tempo; mas todas ao mesmo tempo, é impossível!”

Descendo no alfabeto de A para Z, vamos encontrar a Câmara Municipal de Dourados, onde os vereadores representam uma população com mais de 200 mil almas, numa cidade que não possui calçadas; emplacamento com o nome das ruas; limpeza e remoção do lixo e dos entulhos, na medida da necessidade. Faltam ainda semáforos para o trânsito e para os pedestres; pavimentação de verdade nas ruas; e muitas outras carências. Sobram, contudo, lombadas eletrônicas e transversais sem pintura; câmeras para atrasar, embaraçar e espoliar o motorista com multas; e caminhões trafegando na área urbana. Não obstante esses desarranjos, vereadores dedicam seu tempo remunerado pelo IPTU, para pedir CEMITÉRIO PARA CACHORROS e GLORIAS PARA O TERERÉ!

Pode? A pergunta é feita, porque é você, contribuinte, que os paga pelo “trabalho” de todos eles: municipal, estadual e federal!

* O autor é Bacharel em ciência jurídicas e sociais; membro da Academia Douradense de Letras. ([email protected]).

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