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Chávez perde força política na Venezuela

27 setembro 2010 - 16h10Por Douranews, com Agência Brasil
As eleições para a Assembléia Nacional venezuelana demonstraram perda de força política do presidente Hugo Chávez. A meta era eleger 110 representantes governistas, mas o governo só conseguiu chegar a 95, mantendo ainda a maioria, embora abaixo das pretensões.

Por outro lado, ao eleger 61 políticos, pela primeira vez, em cinco anos, voltam ao cenário político os partidos de oposição que, em 2005 boicotou as eleições alegando pressão, ausência de democracia e suspeita de irregularidades de fraudes.

As informações são da BBC Brasil e das estatais, a rede de televisão TVN e a Agência Venezuelana de Notícias (AVN), além do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) – a Justiça Eleitoral do país. O Conselho Nacional Eleitoral informou que o partido dissidente do chavismo, PPT, obteve duas vagas. Pela primeira vez, os grupos indígenas terão uma participação específica no parlamento. Ainda não foram somados todos os votos.

As votações na Venezuela não são obrigatórias. Havia cerca de 17,7 milhões de eleitores aptos a votar. Mas, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, a participação foi 66,45%, considerada uma das mais altas da história para eleições legislativas.

"Nós alcançamos um importante resultado eleitoral, mas não foi possível conseguir os dois terços. Temos por enquanto 95 deputados, uma maioria contundente", afirmou o dirigente do PSUV Aristobulo Isturiz. "A meta não foi alcançada, mas esse esforço nos reafirma como a primeira força política do nosso país", disse ele.

Minutos depois, Chávez escreveu em seu perfil no Twitter: "Socialismo bolivariano e democrático. Devemos continuar fortalecendo a revolução. Uma nova vitória do povo, parabéns". Nos últimos dias, o presidente se esforçou dias para garantir um resultado maior do que o obtido. Ele viajou por todo país, fez comícios e conversou com populares.

O resultado é uma "derrota" para o governo, na avaliação do analista político Javier Biardeau, professor da Universidade Central da Venezuela. "É uma derrota política que aponta mudanças no perfil político com que se vinha governando", afirmou. "É um dos piores cenários para o governo. Voltamos a uma conjuntura semelhante à de 2002 quando a Venezuela viveu o auge da crise política que derivou no golpe de Estado de abril daquele ano”, disse.

O porta-voz da coligação opositora MUD, Ramón Guillermo Aveledo, disse que o eleitorado opositor "deverá crescer" nos próximos dois anos, antecipando a disputa para as eleições presidenciais de 2012. "O que ficou demonstrado é que o país tem uma alternativa que se formou graças à convergência e à unidade de gente muito diferente", afirmou.