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Criador do WikiLeaks é solto em Londres

16 dezembro 2010 - 19h34Por Redação Douranews/com folha.com

O criador do WikiLeaks, Julian Assange, foi solto em Londres (Reino Unido) pouco antes das 18h (16h em Brasília), após pagar a fiança de 200 mil libras (cerca de R$ 530 mil). "É ótimo sentir o cheiro de ar fresco de Londres de novo", disse Assange, em suas primeiras palavras públicas após a libertação.

A libertação de Assange foi decretada mais cedo nesta quinta-feira, quando a Alta Corte do Reino Unido rejeitou a apelação apresentada pela Promotoria da Coroa do Reino Unido e confirmou a liberdade condicional decretada dois dias antes.

Em breve comunicado à imprensa, do lado de fora da corte, Assange agradeceu a todos "que tiveram fé em mim e que foram meus apoiadores enquanto eu" estava preso.

O fundador do WikiLeaks também agradeceu seus advogados "por uma luta corajosa e, no fim, bem sucedida" e as pessoas que pagaram por sua fiança de 200 mil libras, em dinheiro, mais duas garantias de 20 mil libras (cerca de R$ 53 mil) relativas a sua segurança.

Agradeceu ainda aos membros da imprensa que "não aceitam a versão oficial e consideraram olhar mais fundo em seu trabalho". O Wikileaks é um site conhecido por divulgar documentos sigilosos. Embora no ar há alguns anos, ele ganhou destaque internacional neste ano, ao levar a público 77 mil documentos da inteligência americana sobre o Iraque e, nas últimas semanas, mais de 250 mil documentos secretos do Departamento de Estado dos EUA com os bastidores da diplomacia americana.

Assange, que foi preso como parte de um processo de estupro e assédio sexual na Justiça sueca, fez ainda um agradecimento à Justiça britânica. "Se a justiça não é sempre o resultado, ela ainda não está morta", disse o australiano, que alega inocência e diz que as acusações são parte de um plano para desacreditar as revelações do site.

"Espero continuar a proteger minha inocência neste tema e rever, já que não vimos antes, as evidências dos casos contra mim", disse Assange, repetindo o argumento de seu advogado.

Ele ficou detido por nove dias na prisão londrina de Wandsworth. Seus advogados reclamaram das condições às quais o ativista estava submetido, em uma cela isolada e sem poder receber correspondências.

No pronunciamento à imprensa, Assange afirmou que refletiu sobre "a situação de pessoas em prisões ao redor do mundo em condições mais difíceis que as enfrentadas por mim". "Estas pessoas também precisam de sua atenção e seu apoio", disse.

Ele reiterou que vai continuar com seu trabalho de divulgação de documentos secretos.

CONDIÇÕES

A emissora britânica BBC disse que as condições da liberdade provisória incluem a obrigação de Assange se apresentar a uma delegacia de polícia todos os dias às 18h, além de um toque de recolher. Assange estaria livre para sair somente entre as 14h e as 22h.

De acordo com o jornal britânico "The Guardian", as condições impostas pelo juiz também incluem o confisco de seu passaporte e o uso constante de um identificador eletrônico. O diário adiantou ainda --sem confirmação oficial-- que a próxima audiência de Julian Assange será no dia 11 de janeiro de 2011.

RECURSO

Ao contrário do que se acreditava, a decisão de apresentar um recurso à liberdade condicional concedida a Assange ainda na terça (14) foi tomada pela própria Promotoria da Coroa britânica e não pela Justiça da Suécia, que acusa Assange por assédio sexual e estupro e pede a extradição do australiano.

Segundo o "Guardian", acreditava-se até agora que a Procuradoria britânica havia se oposto a essa decisão unicamente em representação da sueca, mas um porta-voz da promotoria do país escandinavo informou ao diário que a decisão de recorrer contra a libertação de Assange fora tomada pelas autoridades britânicas.

Stephens criticou que o fundador do WikiLeaks tenha de ficar retido em uma prisão "em condições vitorianas". Detido há mais de uma semana, chegou ao tribunal em uma viatura branca do serviço penitenciário britânico.