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Estudo diz que sacolas plásticas são mais sustentáveis que ecobags

16 abril 2011 - 13h45Por Redação Douranews, com Band
Uma pesquisa realizada no Reino Unido, divulgada nesta semana, revelou que, em comparação a outros tipos de sacolas, as de plástico são consideradas menos agressivas ao meio ambiente. No entanto, o estudo vai contra o que muitos defensores da natureza acreditam e levantou polêmicas entre especialistas.

O estudo verificou o ciclo de vida de sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel e sacolas plásticas tradicionais. De acordo com os resultados divulgados, a proporção de matéria prima usada nas sacolinhas, em comparação com as possibilidades de reutilização que elas oferecem, as fazem ser mais sustentáveis.

E os fundamentos apontados no estudo tem seguidores. Segundo o diretor executivo da Plastivida, entidade ligada ao setor produtivo do plástico no Brasil, Miguel Bahiense, para que uma ecobag se tornasse mais eficiente, seria necessário que ela fosse usada entre 150 e 200 vezes. “Sabemos que seu material não consegue resistir tanto”, afirmou.

Porém, segundo a fundadora da ONG Funverde, Ana Domingues, a comparação foi feita por unidade de sacola e, sendo assim, não é possível afirmar que as plásticas são mais sustentáveis. “Uma ecobag consegue levar, em média, o que dez ou 15 sacolinhas plásticas levariam. Dessa forma, em vez de 150 vezes, teríamos que usar apenas 15 vezes a ecobag”, ressaltou.

Além da reutilização dos produtos, outro fator avaliado, segundo o estudo, foi a economia. Este foi, ainda, outro ponto de discussão entre os especialistas. Para Bahiense, os gastos para a fabricação das sacolas de algodão, por exemplo, além de seu preço de venda, são mais altos que os de sacolas de plástico.

Já para Ana, isso não é verdade.“Os preços das sacolas de plástico são muito maiores – ao contrário do que o levantamento indica – se pensarmos que ainda são materiais pouco reciclados e se pensarmos que o que vai para a natureza demora milhares de anos para se decompor”, disse. Além disso, segundo ela, o gasto com uma ecobag ocorre uma única vez. “Usaremos muitas vezes o produto, ao contrário do plástico”, completou a especialista.

Ana ainda fez uma comparação: “Você usa uma roupa por dia e joga fora? Não. Então por que usa uma sacola por dia? A lógica é pegar a sacola de tecido e lavá-la, assim como a roupa”.

Contudo, Bahiense ressalta que trata-se de uma cultura. “Uma pesquisa divulgada pelo Ibope mostrou que 75% das mulheres brasileiras têm o hábito, preferem utilizar as sacolas plásticas."  

Consumo consciente

Apesar de tantas divergências, uma coisa é consenso: é preciso consumir menos. Seja as sacolas de plástico, ecobags, de tecido ou papel, é preciso pensar em como reutilizar em vez de comprar mais uma.

Segundo dados do INP (Instituto Nacional do Plástico), em 2007, o consumo anual de sacolas era de 17,9 bilhões. Em 2008, passou para 16,4 bilhões, em 2009 para 15 bilhões e, em 2010, o número já havia passado para 14 bilhões.

O diretor executivo da Plastivida, Miguel Bahiense, explicou que com campanhas educativas, é possível diminuir o desperdício: “O brasileiro tem visto que pode reutilizar mais vezes a sacolinha, que deve usar a capacidade total e que, agora, pode confiar no material usado”, disse.

De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), desde 2008, uma lei obriga que os fabricantes das sacolas de plástico sigam um padrão de qualidade para que o usuário utilize menos e não sofra prejuízos. A meta, de acordo com Bahiense, é de que haja uma diminuição de 30% em relação a 2008 até o final de 2012.

Porém, a fundadora da ONG Funverde, Ana Domingues, afirma que o reforço nos produtos apenas aumentou o gasto de matéria prima. “Em vez de 14 bilhões, o que já é muito, acredito que o gasto não diminuiu e é, na verdade, ainda maior”, disse.