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Presidente da Argentina diz que assume país quase falido

10 dezembro 2019 - 18h12

Ao tomar posse nesta terça-feira (10) como presidente da Argentina, o peronista Alberto Fernández prometeu governar em "respeito aos dissensos", pregou a "unidade de toda a Argentina, em prol da construção de um novo contrato social fraterno e solidário", afirmou que a prioridade inicial será o combate à fome e disse que o país precisa crescer para poder pagar seus credores externos, incluindo o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Ao lado da vice-presidente também empossada, Cristina Kirchner, ele afirmou que o antecessor, Mauricio Macri , termina seu mandato “deixando um país em situação de virtual default (calote)" (da dívida externa pública) e disse que sente estar “passando pelo mesmo labirinto” que atravessou ao lado do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), de quem foi chefe de Gabinete e que também assumiu o país depois de uma moratória da dívida.
As questões da dívida, da crise social e da recessão econômica ocuparam um espaço central no discurso do novo presidente. Segundo Fernández, seu governo recebe um país “frágil, prostrado e ferido”, que não tem condições de saldar seus compromissos externos.
“Para poder pagar, é preciso crescer primeiro. Vamos construir uma relação construtiva com o FMI. O país quer pagar, mas carece de capacidade. Os credores assumiram o risco de investir num modelo que fracassou no mundo várias vezes”, disse Fernández, referindo-se ao crescimento das dívidas interna e externa durante o governo de Macri e à queda do PIB argentino neste ano, prevista para chegar a 3%.

Mercosul prioridade

Fernández afirmou ainda que o Mercosul continuará sendo prioridade da Argentina, e que a relação com o Brasil "vai além de qualquer conjuntura" e das "diferenças entre os que governam". Ele defendeu a relação com um dos principais sócios comerciais da Argentina para “construir uma agenda ambiciosa, inovadora e criativa, respaldada na irmandade histórica de nossos povos".

“A Argentina quer integrar-se, mas com inteligência, protegendo a produção nacional. Queremos relações maduras com todos os países. A América Latina é nosso lugar comum. Queremos reforçar o Mercosul e a integração regional”, afirmou o novo presidente.

Entre os convidados estrangeiros que ouviam o discurso estava o vice-presidente Hamilton Mourão, enviado por decisão de última hora do governo Jair Bolsonaro na segunda-feira. Para o novo presidente da Argentina, os dois países têm “um futuro de progressos compartilhados”, conforme publica OGlobo.