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Rota propicia a descoberta de um Chile ainda desconhecido do público

30 agosto 2017 - 14h07Por Anderson Viegas/G1

Mais que simplesmente um canal de exportação e importação de produtos entre o Centro-Sul brasileiro e os portos chilenos, a chamada Rota da Integração Latino-Americana (RILA) vai possibilitar aos participantes a descoberta, ou melhor, uma redescoberta das tradições culturais, dos costumes, da gastronomia e do turismo entre o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile.

Um exemplo é a cidade chilena de Antofagasta, ponto final do corredor terrestre, que foi visitada pela expedição de empresários e autoridades que analisa a viabilidade da RILA na segunda-feira (28). O município é capital da província de Antofagasta, tem a quinta maior população do Chile e tem o carinhoso apelido de “Pérola do Norte”, por suas belezas naturais e potencialidades econômicas.

Entre as atrações estão praças e vias históricas, que têm ao longo do percurso vários monumentos, os balneários municipais e Juan López, museus, parques nacionais, praias e o terminal pesqueiro, entre muitos outros.

Fundada por bolivianos em 1868, Antofagasta se desenvolveu inicialmente em razão da produção industrial e exploração de minérios, como o salitre, por exemplo. Do auge dessa atividade, no início do século passado, se fundou um povoado, em pleno deserto do Atacama, chamado de Pampa Union, que está localizado a cerca de 125 quilômetros da cidade. O local que chegou a ter uma população flutuante de 10 mil a 15 mil pessoas foi fechado pelo governo de Antofagasta em 1954 e hoje o que resta são ruínas do que chegou a ser uma próspera comunidade.

As ruínas foram tombadas como um monumento nacional em outubro de 1990 e apesar da importância histórico-cultural e do potencial turístico, já que atrai ainda hoje muitos visitantes, estão completamente abandonadas. Muitas das estruturas das casas dos mineradores que trabalhavam na exploração do salitre estão danificadas e o local serve como depósito de lixo e entulho.

O percurso da rodovia que corta o deserto em direção a Antofagasta revela ainda outra tradição, segundo os moradores locais, a de sepultar no Atacama as pessoas que morrem no local, sejam trabalhando ou em acidentes. Os túmulos, inúmeros ao longo da estrada, ainda são enfeitados. A população local aponta que essa prática ajuda a alertar os que passam pela região quanto a seus perigos.

Infraestrutura

Nestre trecho final da rota, além de se deparar com uma infraestrutura muito boa, que vai desde pista dupla em um longo segmento e com excelente sinalização, o visitante ainda se depara com um esforço para o melhor aproveitamento das condições do solo e clima oferecidas pela região.

Empresas ainda trabalham ao longo do percurso na exploração de minérais e foram criados empreendimentos para aproveitar o potencial do vento e do sol para geração de energia elétrica, com parque eólico e usina fotovoltaica.

A própria estrutura viária utiliza esse potencial. Toda a iluminação noturna da estrada é feita por postes que têm painéis solares instalados. Durante o dia captam a luz, que depois é transformada em energia para abastecer as luminárias.

A expedição da RILA saiu nesta terça de Antofogasta e seguiu para San Salvador de Jujuy, na Argentina, onde nesta quarta se reúne com empresários e autoridades e depois segue também para Salta, onde os integrantes tem uma nova rodada de discussões sobre a rota.