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Esportes

Pela primeira vez, Jogos Olímpicos do Brasil terá atletas refugiados

04 julho 2016 - 15h58

Desde o início das Olimpíadas modernas, em 1896, mais de 200 equipes de diferentes países participaram das competições esportivas. Pela primeira vez na história, um time formado somente por atletas refugiados participa dos Jogos Olímpicos, que vão acontecer em agosto no Rio de Janeiro. São dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo, um maratonista da Etiópia e cinco corredores de meia-distância do Sudão do Sul.

Os congoleses Popole Misenga e Yolande Bukasa moram no Brasil desde 2013, quando vieram ao país para disputar o Mundial de Judô. Quando chegaram ao Rio de Janeiro, local da competição, o dinheiro deles e os passaportes foram confiscados pelos próprios treinadores, que desapareceram por dois dias, deixando-os sem rumo. Os técnicos só voltaram no momento da competição. Sem dinheiro para comer, Yolande decidiu fugir. Popole preferiu ficar. Mas, mal alimentado e muito fraco, perdeu a luta por falta de combatividade. No dia seguinte, resolveu que não voltaria mais ao país de origem.

Até pedirem asilo ao Brasil, os atletas passaram fome e dormiram nas ruas do Rio de Janeiro. Hoje, Popole e Yolande treinam no Instituto Reação, fundado pelo medalhista olímpico Flávio Canto. Geraldo Bernardes é o técnico dos judocas. Ele conta que algumas etapas foram importantes para os atletas, como a ajuda de custo dos comitês olímpicos brasileiro e internacional e o planejamento dos treinos. Para Geraldo Bernardes, a autoestima de Popole e Yolande aumentou muito depois que foram escolhidos para disputar os jogos.

Na cerimônia de abertura das Olimpíadas, no dia 5 de agosto, Popole, Yolanda e os outros oito refugiados serão os primeiros a desfilar no Maracanã. Eles vão empunhar a bandeira olímpica, que simboliza a união dos povos, e serão seguidos pelas delegações de cada um dos países participantes.