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Fora de padrão, São Silvestre é ofuscada por prova de Angola

31 dezembro 2010 - 15h52Por Redação Douranews/com folha.com

Parte do charme da São Silvestre deve-se ao fato de a prova brasileira ser incomum. A principal corrida de rua do Brasil, que terá hoje sua 86ª edição, reúne três características que a diferenciam da maioria das mais badaladas provas do mundo: distância do percurso (15 km), data e ausência de cachê de participação.

E são justamente esses diferenciais que têm afastado as principais estrelas do mundo da tradicional corrida paulistana, levando a competição a ter um nível técnico apenas mediano.

Enquanto a São Silvestre de Angola, que paga polpudos cachês, contará hoje com a participação de Haile Gebrselassie (ETI), recordista mundial da maratona, e de Josphat Kiprono Menjo (QUE), melhor do ano nos 10.000 m, a prova brasileira terá atletas de menor brilho.

Na corrida paulistana, o cachê foi abolido em 2001.

Marílson Gomes dos Santos e o queniano James Kipsang Kwambai, vencedor das duas últimas edições, são os principais destaques. Ambos ostentam currículos vitoriosos, mas, em 2010, nenhum dos dois conquistou título de relevância. O resultado mais expressivo foi obtido na Maratona de Nova York: Kwambai terminou em quinto lugar, e Marílson, em sétimo.

O marroquino Abderrahime Bouramdane é uma atração, mas não chega a integrar o rol de melhores fundistas do mundo. Os demais africanos, cotados também como favoritos, e outros brasileiros nem sequer fazem parte da seleta elite mundial.

"A São Silvestre é um trampolim para chegar aos grandes eventos", afirma o técnico Moacir Marconi, o Coquinho, que treina competidores quenianos de menor expressão no Brasil.

Júlio Deodoro, diretor-geral da prova paulistana, reconhece que a data é um entrave para atrair as estrelas.

"Nesta época do ano, esses grandes atletas estão treinando para chegar ao auge em março. Se chegassem ao auge agora, estariam desgastados na época das principais competições. Por isso alguns não vêm a São Paulo."

Campeão em 2003 e 2005, Marílson diz que seu auge de performance não está programado para a prova.

"Não fiz preparação específica para a São Silvestre porque atrapalharia o que está programado para 2011, que é um ano muito importante", disse o brasileiro, que tentará, em abril, obter na Maratona de Londres a classificação para a Olimpíada.

Bouramdane também priorizará a prova londrina. "Espero ir bem na São Silvestre, mas estou um pouco cansado. Estou começando a recuperar a minha forma."

Pouco comum em competições de elite, o percurso de 15 km também é pouco atrativo, pois os grandes atletas tendem a se preparar para distâncias mais padronizadas, como as da maratona (42 km), da meia-maratona e as provas de 10 km.

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