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Futebol

Os reforços dos rivais podem deixar o Corinthians para trás

21 agosto 2019 - 12h54

Como diz o dito popular, o bom filho à casa torna. E este foi o caso do técnico Fábio Carille no Corinthians, após uma rápida passagem pelo futebol árabe com o Al Wehda da Arábia Saudita.

Antes da partida de Carille, as esperanças eram de que o time conseguiria se manter em grande nível com o seu sucessor e companheiro de longa data na equipe técnica do Corinthians, Osmar Loss. Mas não foi o caso. O time sofreu sem o seu antigo treinador, amargando uma luta contra o rebaixamento durante boa parte da temporada no Campeonato Brasileiro. E o substituto de Loss, Jair Ventura, não se saiu muito melhor. Era hora de apostar as fichas no retorno de Carille, e assim foi feito.

Acompanhados de Carille, vieram bons reforços. Peças importantes do Fluminense, como os meio-campistas Richard e Junior Sornoza, se juntaram aos paulistas. Esse também foi o caso de Ramiro, que foi presença regular no meio-campo do Grêmio por cinco anos antes de sua chegada à Itaquera. Além, claro, do retorno de outro “bom filho”, o atacante Vágner Love, saindo de mais uma passagem na Turquia.

O começo do ano serviu até bem para o time paulista. Diante da possibilidade de não ter que dividir tanta atenção entre o campeonato estadual e uma fase de grupos da Copa Libertadores, o clube permitiu-se manter em um ritmo de vitórias que culminou com o tricampeonato paulista, alcançado com uma vitória na Arena Corinthians por 2 a 1 sobre o São Paulo. Ao mesmo tempo, avançava-se tanto na Copa do Brasil quanto na Copa Sul-Americana, mesmo com a sorte tentando pregar uma peça nesta última ao colocar o Timão de frente aos argentinos do Racing logo na primeira fase da competição.

Mas chegando no Brasileirão, as coisas começaram a balançar. Junto da inconsistência no Campeonato Brasileiro, vieram a eliminação na Copa do Brasil para o Flamengo e os questionamentos quanto à qualidade do time de se manter na briga por títulos.

Hoje, o Corinthians se vê um pouco distante dos favoritos ao título nas casas de aposta esportiva online. O topo hoje é ocupado por Santos, com o trabalho de Jorge Sampaoli dando frutos; Palmeiras, com Felipão e sua trupe buscando a recuperação; e Flamengo, ainda que este esteja topando com certas dificuldades de se encontrar com o português Jorge Jesus em seu comando.

Para “encostar” em seus rivais nessa briga, o Corinthians precisava se reforçar. E foi o que ele fez. Chegaram o volante Matheus Jesus, do clube português Estoril, e mais um jogador do Fluminense, o atacante Everaldo, na tentativa de resolver o dilema da falta de gols – 15 marcados em 13 jogos, apenas a nona melhor marca do campeonato – que já acomete o time há anos.

Entretanto, seus rivais não ficaram necessariamente para trás. Exceto o Santos, que alcançou um excelente encaixe com as peças já disponibilizadas à Sampaoli.

O Palmeiras foi atrás de peças melhores para o seu ataque também, recrutando Henrique Dourado e Luiz Adriano para o resto do ano. Enquanto isso, o Flamengo foi atrás de uma reformulação quase completa do elenco, trazendo dois veteranos multi-campeões da Europa, com Filipe Luís e Rafinha para reforçar suas laterais. Ao mesmo tempo, chegaram o zagueiro Pablo Marí e o meio-campista Gerson. E dependendo da maré, ainda há mais coisas por vir do Velho Continente, incluindo um tal de Mario Balotelli para o ataque rubro-negro.

Para piorar, o São Paulo não deixou por menos. Uma vez que suas chances de levantar um troféu no ano restam no Brasileirão, a diretoria são-paulina optou por recrutar o ex-Atlético de Madrid Juanfran e o lateral-direito modelo da última década Daniel Alves. Ele que provavelmente não atuará necessariamente em sua posição de origem, mas que mostrou, em especial na sua última temporada, que não lhe falta versatilidade quando o assunto é bola no campo.

Frente a essa situação, vê-se que o Corinthians tem em seu horizonte um trabalho de nível hercúleo para não se deixar ficar muito distante dos seus rivais. É um cenário que deve preocupar – e muito – seus fãs, que foram testemunha do trabalho de Carille quase “tirando leite de pedra” na campanha do título da Série A em 2017, ao perceber que a situação atual é quiçá não tão recuperável como aquela de quase dois anos atrás.