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Corinthians chega à final sem merecer, e pode ser campeão

09 abril 2019 - 13h03Por Bruno Cassucci/Globoesporte.com

Quando o presidente e o técnico reconhecem que o time teve atuação muito ruim e admitem até que o adversário, um rival, mereceu mais a classificação à final de um campeonato, o que resta para os analistas? Repetir que o Corinthians foi dominado do começo ao fim pelo Santos na derrota por 1 a 0? Nadar contra a maré e elogiar a equipe?

Este texto não se propõe a isso. A ideia é tentar explicar por que o Corinthians foi "amassado" pelo Santos no Pacaembu, porém, sem ignorar os acertos da equipe. Sim, o Timão também teve pontos positivos no clássico e é por eles que vamos começar. Diante de um rival repleto de alternativas táticas e jogadores de qualidade, o Corinthians soube se adaptar e mostrou muitas virtudes – não só técnicas e táticas, mas também emocionais, ao resistir a 90 minutos de pressão em um estádio lotado por torcedores adversários.

Fábio Carille adiantou as linhas de marcação da equipe e dificultou a vida do Santos na saída de bola, principalmente nos tiros de metas.

Quando o Peixe conseguia romper essa primeira barreira, o Timão se retraia e agrupava todos os seus jogadores, formando uma barreira praticamente intransponível. É bem verdade que Cássio fez milagres e o Corinthians perdeu no tempo normal, mas a defesa da equipe funcionou bem, sobretudo no primeiro tempo.

Com dois pontas abertos e avanços dos laterais, o Santos tentava alargar o campo para achar brechas na defesa corintiana. Sem conseguir espaços para entrar na área trocando passes, restava aos donos da casa cruzar a bola na área. Não precisa nem falar que os baixos Jean Mota, Soteldo, Derlis González e companhia eram presas fáceis para Henrique e Manoel.

Porém, jogar dessa forma exige muito preparo físico e concentração, combinação que foi rareando no Corinthians com o passar do tempo. O time foi cansando, cedendo espaços e atraindo cada vez mais o rival para perto de sua área. Aí começamos a entrar nos erros... E foram muitos!

Veja os números do jogo:

estatistica

Não há problema algum em adotar uma postura reativa, ceder a bola para o adversário e apostar nos contra-ataques. Porém, o Corinthians exagerou na dose, descambou para a covardia, e por muito pouco não custou a eliminação.
A equipe não conseguia trocar três ou quatro passes em sequência, errava muito, tinha que ficar correndo atrás da bola e, assim, se desgastava mais.

Perguntei a Carille, na coletiva após o jogo, qual era a participação do técnico numa atuação apática como a do Corinthians. Ele dividiu a responsabilidade com todos, mas em outras respostas deixou claro que o que treinou e pediu a seus jogadores não foi executado.

Faltou aproximação para triangular, precisão nos passes, paciência para segurar a bola... Muito disso foge ao alcance do técnico. Mas, sim, Carille também tem muita culpa. Como, por exemplo, ao não utilizar Jadson, que poderia dar mais cadência ao meio de campo.

O gol santista saiu pelo alto, calcanhar de Aquiles do Corinthians em 2019. Mas esse é só um dos muitos pontos que Carille terá que ajustar no time para buscar o tricampeonato estadual. O Timão não encanta e talvez nem merecesse estar na final do Paulistão. Mas essas informações não costumam aparecer nos pôsteres de campeão.

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