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Prefeitura do Rio diz que já tinha multado alojamento do Flamengo 30 vezes

09 fevereiro 2019 - 11h24

A Prefeitura do Rio informou, na noite desta sexta-feira (8), que o Ninho do Urubu não tinha alvará de funcionamento, porque ainda faltava um documento do Corpo de Bombeiros. Como o centro de treinamento continuou funcionando, a Prefeitura multou o Flamengo 30 vezes e decidiu interditar o local que, apesar disso, continuou em atividades.

Peritos que investigam as causas do incêndio que matou dez jovens das equipes de base do rubro-negro carioca dizem que o fogo começou no sistema de ar condicionado. Imagens da câmera de segurança do centro de treinamento mostram momentos de agonia.

De outro ângulo, é possível ver muita fumaça saindo pelas paredes do contêiner que servia como alojamento aos garotos. De repente, as chamas se espalham. Em meio à fumaça e ao fogo, meninos tentam escapar do alojamento pela única porta que existia, mas foi tudo rápido demais. Nem todos conseguiram, relatou reportagem do Jornal Nacional.

Peritos ouvidos pelo programa da Rede Globo nesta sexta disseram que o incêndio tomou todo o alojamento em minutos. "Pelo horário, infelizmente de madrugada ainda, todos provavelmente estavam dormindo e isso pode ter, com certeza, contribuído pra essa tragédia", diz o tenente-coronel Douglas Henaut.

Os peritos já sabem que o fogo começou num dos aparelhos de ar condicionado, do lado esquerdo do alojamento. Houve um curto circuito. Eles dizem que, como os contêineres são uma grande caixa feita de metal, a temperatura aumentou rapidamente. Beliches de madeira, colchões, roupas e livros ajudaram a alimentar ainda mais o incêndio.

No começo da tarde, uma van do Flamengo com atletas chegou à delegacia que investiga o caso. Os investigadores ouviram 13 meninos. A maioria estava no alojamento e escapou do incêndio. Quatro funcionários também prestaram depoimento, entre eles, um segurança que conseguiu tirar três meninos pela janela.

O alojamento onde os atletas morreram não existia oficialmente. A Prefeitura do Rio diz que o centro de treinamento tinha autorização para construir no terreno, mas, no projeto que o Flamengo apresentou para conseguir a licença, a área onde estavam os contêineres aparecia como um estacionamento, sem nenhum tipo de construção. A Prefeitura disse também que o Flamengo nunca registrou um pedido para usar o local como dormitório, segundo a reportagem.