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Executivo volta a dizer que pagou propinas à Globo por direitos em Copas

16 novembro 2017 - 11h35

Em novo depoimento no julgamento de três ex-dirigentes da Fifa - o brasileiro José Maria Marin, o paraguaio Juan Angel Napout e o peruano Manuel Burga - o ex-executivo da Torneos y Competencias Alejandro Burzaco se emocionou e voltou a citar empresas de mídia como beneficiárias de propinas para ter os direitos das Copas do Mundo de 2026 e 2030. Ele disse que a TV Globo e a Televisa (do México) se associaram à empresa dele para pagar propina e detalhou como eram pagos os subornos por competições sul-americanas.

A sessão na corte de Brooklyn, em Nova York, sofreu uma interrupção de mais de 1 hora logo no início, porque Burzaco começou a chorar. A versão inicial foi de que Burzaco teria chorado ao saber do suicídio de Jorge Alejandro Delhon, ex-funcionário da empresadele. Porém, a promotora Kristin Mace afirmou que o argentino teria sofrido ameaça de Burga em plena corte, e que esse teria sido o motivo do choro.

Depois de Burzaco se recuperar, a sessão recomeçou. O promotor Samuel Nitze então perguntou ao ex-executivo argentino sobre reuniões que teve durante um encontro do Comitê Executivo da FIFA em 2013.

- O senhor participou de outras reuniões em Zurique?
- Sim. A Torneos y Competencias tinha uma aliança com a TV Globo e com a Televisa. Elas tentavam adquirir direitos de transmissão de TV, rádio e Internet para as Copas de 2026 e 2030. Com exclusividade para o Brasil, no caso da Globo; e para o resto da América Latina, no caso da Televisa.

- Adquiriram esses direitos?
- Sim.

- Qual foi o acordo para adquirir esses direitos?
- Entre os três parceiros concordaram em distribuir 15 milhões de dólares para Julio Grondona

- Quem eram os parceiros da Torneos?
- TV Globo e Televisa.

- O valor acordado foi pago?
- Sim... 15 milhões de dólares. O dinheiro acabou numa conta num banco na Suíça em nome de Julio.

Burzaco não esclareceu como esse dinheiro chegou até a conta. O argentino Grondona era então vice-presidente da Fifa, chefe do comitê de finanças da entidade e presidente da AFA (a Associação de Futebol Argentino).

Em outro trecho do depoimento, Burzaco detalhou o mecanismo de pagamento de propinas por direitos de competições sul-americanas. Ele disse que a Torneos se associou à brasileira Traffic para criar a T & T Sports e marketing nas Ilhas Cayman - que passou a fazer pagamento de propinas para os dirigentes de Bolívia, Venezuela, Paraguai, Equador, Colômbia, Peru e Brasil.

A Traffic é do brasileiro J. Hawilla, que fez acordo com a justiça americana no caso, pagando uma multa de US$ 151 milhões (equivalente hoje a cerca de R$ 525 milhões) e confessando diversos crimes.

Mais tarde, durante a audiência, Burzaco voltou a chorar quando relatou que teria sofrido ameaças de morte. Ele disse que, ao chegar aos Estados Unidos extraditado da Itália, recebeu uma ligação de Eugenio Burzaco, seu irmão. Segundo Alejandro, seu irmão fez um relato de que várias ameaças foram feitas e que, caso não se calasse, acabariam por matá-lo.

O Grupo Globo está tentando de sair dessa. Em nota, divulgada nos próprios telejornais da emissora, afirma ‘veementemente’ que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. “Em suas amplas investigações internas, desde que o Caso Fifa veio a público há mais de dois anos, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos”, disse a emissora. Com informações do Globoesporte.com

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