Três meses depois de acertar o retorno ao Palmeiras, Cuca saiu fortalecido de seu primeiro momento de crise em 2017. O afastamento de Felipe Melo, decisão anunciada publicamente pela diretoria do Verdão na última terça-feira, fez o treinador ganhar uma importante queda de braço nos bastidores do clube.
Até sábado, apenas o comandante havia se pronunciado sobre não querer mais Felipe Melo no elenco – em nenhum momento o presidente Maurício Galiotte se posicionou. Quando Cuca teve a oportunidade de explicar a ausência do volante, justificou apenas com aspectos táticos. Na segunda-feira, porém, um áudio vazado com fortes declarações do jogador evidenciou grandes problemas de relacionamento no dia a dia alviverde.
Em um primeiro momento, torcedores questionaram a postura do treinador – a principal organizada do Verdão até chegou a cobrar publicamente e pedir o retorno do atleta ao time. Internamente também havia quem defendia a reintegração de Felipe Melo, por se tratar de um dos principais reforços do clube para a temporada.
Após o áudio do jogador falando até que um possível retorno ao Flamengo "nunca esteve tão fácil", os palmeirenses saíram em defesa de Cuca. Em pesquisa feita pelo GloboEsporte.com, 62,4% pediram a saída de Felipe Melo do clube, enquanto 22,7% dos participantes achavam que a melhor solução seria o entendimento entre jogador e treinador – apenas 14,8% apostaram na saída do técnico.
As ofensas de Felipe Melo a Cuca fizeram a diretoria se posicionar oficialmente na terça. Sem a presença do presidente Maurício Galiotte, Alexandre Mattos assumiu a responsabilidade e fez um pronunciamento na Academia de Futebol para condenar o comportamento do volante e colocar um ponto final na carreira na passagem dele pelo clube.
Mesmo com discordância interna, o treinador ganha força às vésperas da partida mais importante do Palmeiras no ano. Apesar da ideia do clube de minimizar o duelo contra o Barcelona de Guayaquil, com objetivo de não gerar mais cobrança ao time, é inegável que a temporada palmeirense passa muito pelo dia 9 de agosto.
Em 2016, Cuca já havia vencido outras disputas internas na montagem do seu plantel. Depois de ser eliminado na semifinal do Paulistão, ele surpreendeu ao liberar o lateral-direito Lucas e o meia Robinho para o Cruzeiro, que cedeu, em troca, Fabrício e Fabiano – foi deste último, por sinal, o gol da vitória sobre a Chapecoense no jogo que deu aos palmeirenses o título nacional.
