Sete jogadores, três deles de Seleção. As semifinais da Liga dos Campeões têm lateral brasileiro para dar e vender. Marcelo e Daniel Alves, por exemplo, são dois dos principais nomes dos quase finalistas Real Madrid e Juventus. Tem ainda Alex Sandro voando pela ala esquerda do time da Velha Senhora, Filipe Luis como um dos pilares do Atlético de Madrid de Simeone, Fabinho, apesar de estar atuando como volante, é destaque no Monaco... Fora os reservas Jorge e Danilo. O momento dos laterais brasileiros na Champions não é qualquer coisa.
Titulares na seleção brasileira, Marcelo e Daniel Alves não cansam de decidir jogos para Real Madrid e Juventus, respectivamente. Há pouco mais de uma semana o lateral merengue marcou o gol da vitória sobre o Valencia que manteve a vantagem do Real na briga com o Barcelona pelo título espanhol. Isso dias depois de uma atuação de gala contra o Bayern de Munique, nas quartas de final da Liga dos Campeões.
- Se estou no meu melhor momento, não vou ser eu a dizer. Cada treinamento temos que aprimorar algumas coisas. Se é o melhor momento, não sei dizer. Mas quero sempre melhorar – disse Marcelo, em entrevista recente ao Esporte Interativo.
Esteja no melhor momento ou não, o fato é que Marcelo tornou-se um dos jogadores mais badalados do mundo da bola atualmente. Até o conceituado jornal inglês “Guardian” escreveu um longo texto para elogiar as atuações do camisa 12 do Real Madrid.
- Marcelo é diferente da maioria dos laterais, mesmo os mais ofensivos. Enquanto a maioria tenta ir até a linha de fundo e cruzar, é provável que ele pegue a diagonal em direção à área.
O Marcelo passa por pessoas, não apenas ao redor delas. Está em seu décimo ano no clube e ninguém dura tanto tempo assim à toa. Ele tem apenas 28 anos, mas parece que está lá (no Real) desde sempre – descreve o "Guardian".
Assim como Marcelo, Daniel Alves é um dos melhores jogadores brasileiros em atividade no futebol europeu atualmente. Além dos gols e da intensidade ofensiva que oferece, ele vem brilhando muito como garçom. Na vitória de semana passada sobre o Monaco, que deixou a Juve com a classificação encaminhada para a final, deu as assistências para Higuaín marcar os gols da vitória por 2 a 0 fora de casa.
- Não sei (se é o melhor momento na Juventus). Desde o primeiro momento aqui, tentei fazer o melhor, me adaptar ao estilo de jogo. No princípio, foi difícil, e no momento que eu estava me adaptando, me machuquei. Fiquei um bom tempo fora e as coisas não acontecem sem ter um porquê. E depois minha recuperação, voltei bem. E tentei entender o que eles querem, e não é tão difícil entender o que eles querem – analisou Daniel, logo após a atuação de gala em Mônaco.
Tem mais. Daniel Alves tornou-se na semana passada o brasileiro com o maior número de partidas em competições europeia, deixando Roberto Carlos para trás. São 142 e a chance de conquistar a quarta taça de Liga dos Campeões na carreira, agora com a camisa da Velha Senhora (que tem duas na história, a última delas em 1996).
- Daniel Alves é um louco, um menino de energia solar que vive a vida a 300 por hora – descreveu o zagueiro italiano Chielini na entrevista coletiva desta segunda em Turim.
Mas os dois laterais da Seleção não são os únicos brasileiros que vêm fazendo sucesso pelos gramados europeus. Do lado oposto de Daniel Alves, Alex Sandro tomou conta da posição e virou peça importante do esquema de Massimiliano Allegri. Inclusive, já despertou o interesse de Guardiola no Manchester City, e o nome de um compatriota já apareceu como possível substituto. O jornal "Tuttosport" noticiou que Filipe Luis está sendo observado pela Velha Senhora para o caso de uma eventual transferência de seu lateral-esquerdo.
E o que falar de Fabinho? Em 2013, foi contratado pelo Monaco junto ao Rio Ave por seis milhões de euros e caiu nas graças da torcida nas últimas temporadas. O ex-jogador do Fluminense e do Real Madrid virou volante sob o comando de Leonardo Jardim e, apesar da desconfiança inicial, encaixou como uma luva no setor. Mas é lateral de origem.
- A ideia de mudá-lo de posição foi do Leonardo Jardim. O treinador do Monaco, até o último verão, não tinha tanta autonomia. A partir de 2016, o clube lhe deu mais liberdade em relação à diretoria, e ele começou a tomar decisões ousadas. Uma delas foi mover o lateral-direito – a priori, uma posição menos relevante em qualquer equipe – ao meio de campo - papel mais estratégico em qualquer time. Os dirigentes do Monaco receberam essa decisão com descrença. Mas Jardim acertou – diz um texto publicado pelo jornal “El País” com elogios ao brasileiro.
Companheiro de time de Fabinho, o ex-flamenguista Jorge é mais um lateral brasileiro na semifinal da Champions, ainda que reserva no Monaco. O mesmo acontece no Real com Danilo, opção para Carvajal pela direita. Juventus e Monaco fazem nesta terça o segundo duelo da semifinal, após a Velha Senhora vencer fora de casa por 2 a 0. Com a vantagem de quem ganhou por 3 a 0 na ida, o Real visita o Atlético no dia seguinte no Calderón. O GloboEsporte.com transmite os dois jogos ao vivo.
