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Chape afasta clima hostil em batismo na Libertadores

08 março 2017 - 16h45Por Cahê Mota/GE

Esqueça todo aquele clichê: Libertadores território hostil. Pelo menos, quando a Chapecoense estiver em campo. Mesmo quase 100 dias depois do acidente de 29 de novembro, a Venezuela deu provas que o clube segue sendo o queridinho da América do Sul. Foi tanto afeto recebido em Maracaibo, que a Chape se sentiu em casa. Ficou tão à vontade que fez 2 a 1 no Zulia, na noite de terça, no estádio Pachencho Romero, e largou na frente no Grupo 7 da maior competição de clubes das Américas.

O duelo em Maracaibo não teve nada daquilo que sempre se falou sobre Libertadores. Catimba, jogadas violentas, falta de hospitalidade? Esqueçam. A Chape foi acarinhada desde bem antes do pontapé inicial. Já no desembarque na Venezuela, o governo do estado de Zulia recepcionou a delegação com uma salva de palmas e representantes para cuidar de todas as necessidades em solo venezuelano. E assim foi. Por onde quer que o clube passasse, lá estava a comitiva para evitar problemas.

No hotel que serviu de concentração, os jogadores foram assediados a todo instante e dividiram espaço até mesmo com uma família colombiana, torcedora do Atlético Nacional, que encarou os quase 1.000km entre as cidades para apoiar os brasileiros. No estádio Pachencho Romero, a solidariedade continuou. Não houve recepção ofensiva, xingamentos, pressão, nada. Muito pelo contrário.

Quando os jogadores da Chape entraram em campo para aquecimento, foram recebidos com calorosa salva de palmas e muito respeito. Com bola rolando, a tônica foi a mesma. Passada a pressão inicial do Zulia, os brasileiros se deram conta de que o ambiente estava leve e se mandaram para o ataque. Logo, Reinaldo abriu o placar e silenciou ainda mais a amistosa torcida venezuelana. No primeiro tempo, os donos da casa sequer levaram perigo ao gol de Artur. Os torcedores praticamente só tomaram partido nos minutos finais, após o gol de Arango, quando Luiz Antonio já tinha ampliado.

Enquanto a bola rolava no gramado, mais provas de carinho na arquibancada. Cortados do banco de reservas, Moisés, Dodô, Nadson, Fabrício Bruno e Jandrey tiveram que se dividir entre o lado torcedor e o assédio de fãs do Zulia, que, mesmo com a derrota, não se privavam de pedidos de fotos e autógrafos. O mesmo valeu para o presidente Maninho, muito solicitado. Nem mesmo gritos de gol de jogadores e comissão técnica no meio da torcida rival foram repreendidos.

Ao término da partida, Vagner Mancini fez questão de ressaltar o clima pacifico encontrado na Venezuela e se mostrou preocupado em retribuí-lo nas partidas da Arena Condá.

- É um agradecimento ao povo da Venezuela, de Maracaibo, por nos receber tão bem. Normalmente, a Libertadores é um ambiente hostil e não foi o que vimos aqui. Vimos uma solidariedade, uma amizade muito grande das pessoas. Fizeram de tudo para que nos sentíssemos à vontade e vamos fazer de tudo para retribuir em Chapecó.

Depois de tanto carinho, a Chapecoense volta para casa, muda o foco para o Campeonato Catarinense, mas leva muito mais do que três pontos na bagagem. Leva consigo a certeza de que se tornou o queridinho das Américas. E em plena Taça Libertadores, um território que não teve nada de hostil. Quinta-feira, dia 16, tem mais, diante do Lanús, na Arena Condá.

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