Há um ano eles eram apenas adolescentes indígenas em busca de um sonho, cantar rap para sua cidade ouvir, através de uma oficina ministrada pela Central Única das Favelas de Dourados – CUFA/MS na Aldeia Jaguapirú. Assim surgiu o grupo Brô MC’s, o primeiro grupo de rap do Brasil que mistura as letras em português e guarani.
Em dezembro de 2009 o grupo lançou o primeiro cd, confeccionado de maneira artesanal, embalado por amigos e vendido durante a apresentação no Festival Conexão Hip Hop, uma festa dedicada à cultura feita em Dourados todos os anos. “Não deu pra quem quis, todos queriam aprender a cantar a nossa língua nativa que cativou a logo na primeira apresentação”, lembra Higor Lobo, coordenador estadual da CUFA.
Com letras que falam da sua realidade na aldeia, dos sonhos que tem e de amor, misturam nossas duas línguas e fazem um arranjo inédito que contagia quem ouve, os CDs logo terminam na “barraquinha” montada durante o show e os downloads na internet já passam de 10 mil. O Brô MC’s é o fenômeno da disseminação do rap indígena para o mundo.
Em 2010 foram mais de 30 apresentações dentro e fora do estado, dentre elas, Show do Projeto Ava Marandu, juntamente com Milton Nascimento, nos Arcos da Lapa em setembro no Encontro da Diversidade Cultural promovido pela Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural, na inauguração do SESC Belenzinho em São Paulo em dezembro.
E agora vão se apresentar no evento que pode ser um das mais importantes das vidas de Bruno, Kelvin, Charlie, Clemerson e o DJ Gio Marques, a posse da primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Roussef.
Para eles será uma honra, cantar num momento histórico como esse, a consagração de um sonho, e a abertura para que o Brasil veja um pouco da cultura do Mato Grosso do Sul e de seus indígenas, uma vez que a aldeia de Dourados é a segunda maior do Brasil.