Ah, seres humanos! Como desejo a vossa humanidade.
Quem sabe assim, não estaria eu neste momento tão chagada...
Minhas feridas estão expostas...
Algumas sangram outras já estão ressecadas, doem e nem água sai mais...
Ah, humanos!
Quem ensinou vocês a esvaziarem o sentido da vida?
Quem autorizou vocês a invadirem minhas entranhas e arrancarem minhas vísceras?
O que leva vocês a pensarem que existe um povo melhor que o outro?
O que os faz pensar que os animais não mereçam ser respeitados?
Olhem pra mim!
Olhem para vocês!
Vejam meu sofrimento!
Vejam vosso sofrimento!
Pode não parecer, mas sou um ser vivo, assim como todos vocês.
Preciso de cuidado, de carinho, de atenção, de respeito, sobretudo, de descanso, assim como vocês.
Ora, Eu sou a Terra, lar para todos os povos!
E de mim saem em abundância alimento e água.
No entanto, todos os dias, recebo em meus braços cada uma das obras destruídas por vocês,
Tomo no colo cada filho e filha que, pelas mãos de seu semelhante, tomba como árvore neste solo terrestre.
Vocês humanos, que ao invés de cuidar da casa comum de vocês, dos animais, dos recursos naturais, cuidarem uns dos outros, se deixam levar pela ganancia, ambição e egoísmo.
Vocês são os únicos que podem curar este planeta.
Mas para isto é preciso que se tornem humanos humanizados.
Por isto estou a clamar por vossa humanidade.
Pela capacidade humana de sentir empatia.
Suplicantemente,
Mãe Terra.
