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Academia cogita não entregar Nobel de Literatura este ano por abusos sexuais

26 abril 2018 - 11h12

A Academia Sueca pode não conceder o Nobel de Literatura neste ano devido ao escândalo de vazamentos e supostos abusos sexuais que criou uma crise na instituição com a saída de cinco membros, confirmou o presidente da Fundação Nobel, Carl-Henrik Heldin, à emissora de televisão pública SVT.

Várias pessoas do Comitê do Nobel de Literatura e a Academia Sueca consideram que o prêmio não deveria ser concedido neste ano e que isso serviria para recuperar a confiança e reparar as feridas, informou a emissora pública SR, que citou fontes não identificadas da instituição.

Segundo publica o portal G1, seriam outorgados dois prêmios de Literatura em 2019, um correspondente ao ano anterior, segundo uma ideia apoiada por Peter Englund, um dos membros que deixou a academia. "Estamos em meio a uma discussão, não vou dizer nada, mas daqui a pouco se esclarecerá o que acontece com esse ponto [a escolha do ganhador deste ano]", declarou à emissora o secretário da Academia Sueca, Anders Olsson.

Já um dos membros da academia, Per Wästberg, disse à SVT que antes de duas semanas não se poderá dar uma resposta definitiva sobre o assunto. O diretor da instituição, Göran Malmqvist, desmentiu o site do jornal "Dagens Nyheter" que o prêmio não será concedido, embora tenha admitido que houve uma proposta, mas a deu por descartada e considerou que seria "horrível" se acontecesse.

No entanto, a decisão sobre o prêmio deverá ser tomada por todos os membros da academia, na qual o cargo principal é desempenhado pelo secretário permanente.
O Nobel de Literatura já deixou de ser concedido em várias ocasiões, da mesma forma que os outros, durante as guerras mundiais do século passado, mas nunca por outros motivos.

O escândalo explodiu em novembro, quando o “Dagens Nyheter” publicou a denúncia anônima de 18 mulheres por abusos e humilhações sexuais contra o dramaturgo Jean-Claude Arnault, muito vinculado à Academia através do seu clube literário e marido de uma de seus membros, Katarina Frostenson. A Academia cortou relações com Arnault e determinou uma auditoria sobre as relações dele com a instituição, mas desacordos internos nas medidas a tomar provocaram renúncias, acusações e demissões, entre outros, da secretária permanente, Sara Danius, e de Frostenson, conforme o portal.