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'Em nome da lei' resgatou esperança no gênero policial do cinema nacional

05 março 2017 - 16h11

2016 foi um dos melhores anos do cinema brasileiro em termos de ocupação de mercado desde a Retomada, em 1995, com aproximados 15% de market share. Segundo a análise de Gabriel Carneiro, para a ‘Revista de Cinema”, publicada no portal UOL, isso não significa que a produção nacional esteja necessariamente mais competitiva. Dos 25 milhões de ingressos para filmes brasileiros vendidos no ano, 11,3 milhões foram para “Os Dez Mandamentos – O Filme”, de Alexandre Avancini, fenômeno midiático um tanto controverso.

A versão da novela exibida pela TV Record, com direção da jornalista sul-mato-grossense Viviane de Oliveira, com 2 horas de duração, se sagrou o filme brasileiro mais visto desde que os dados passaram a ser computados, em 1970. O sucesso de bilheteria, porém, “está bastante atrelado às missivas das igrejas evangélicas, que custearam e promoveram a exibição do longa, em sessões reportadas com salas vazias ainda que esgotados os ingressos, e parecem não fomentar o público para o cinema brasileiro”, analisa o texto.

Em nome da lei

A produção do jornalista carioca Sérgio Rezende, rodada em Dourados no mês de março de 2015 e que estreiou no cinema nacional em abril do ano passado, buscando resgatar o gênero policial, “Em Nome da Lei”, fechou 2016 com 227 mil espectadores, de acordo com o ranking nacional. O longa metragem movimentou vários setores da cidade e despertou a veia artística de personagens locais que agora procuram novas frentes de atuação, como o malvado ‘Onofre’ (personagem do servidor público Agnaldo Caríssimo), capanga do chefão do tráfico Gomez (vivido pelo ator Chico Diaz).

Em contrapartida, outros poucos filmes conseguiram ultrapassar a marca de 1 milhão de espectadores e muitas promessas fracassaram. Não fosse “Os Dez Mandamentos”, 2016 possivelmente teria sido um dos piores anos para o cinema nacional. O distribuidor Bruno Wainer, da Downtown Filmes, credita isso à crise que o país atravessa. “O público do cinema nacional é majoritariamente das classes B e C, as mais atingidas pela crise. A performance abaixo da expectativa de alguns filmes deveu-se à crise do país e a uma entressafra. Como são poucos os filmes realmente competitivos, não há reposição e aí a indústria sofre”, comenta Wainer, responsável por oito das dez maiores bilheterias brasileiras do ano, em parceria com a Paris Filmes.