Já a caminho dos 75 anos de vida, a serem festejados no dia 28 de novembro, o cantor e compositor fluminense Benito Di Paula lança nesta segunda quinzena de setembro o primeiro disco de estúdio em 20 anos. Trata-se do EP Essa felicidade é nossa, que reúne três músicas em quatro faixas.
Com o DNA musical do artista impresso na melodia e na cadência, o apaixonado samba-título Essa felicidade é nossa também figura no EP em (dispensável) versão instrumental. Outra música – Teia, de autoria de Ana Carolina Vellozo e Ney Vellozo, irmãos do artista nascido com o nome de Uday Vellozo – flerta com a levada do pagode romântico, tendo puxado o fio do disco ao ser apresentada na web em dezembro de 2015.
Embora já exista há meses vídeo no YouTube em que Benito canta Quitame la vida, a maior surpresa do EP é a regravação dessa canção em espanhol de autoria do compositor paulista Lúcio Cardim (1932 - 1982), que chegou a cantar o passional tema em gravação caseira editada em disco em 1994. Ao interpretar Quitame la vida, Benito arrisca intenso registro vocal que pode surpreender quem o conhece somente pelos sambas sincopados levados ao piano e ouvidos nas paradas populares do Brasil dos anos 1970, década do auge artístico e comercial do artista, espécie de precursor do som (repleto de teclados) dos grupos de pagode dos anos 1990.
Sucessor do DVD e CD Benito Di Paula ao vivo (2009), lançado há sete anos, o EP Essa felicidade é nossa sucede o álbum Baileiro (1996) na discografia de estúdio deste artista muito criticado na década de 1970, em pleno apogeu, por gravar e cantar ao piano o som rotulado como samba joia.
