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Cultura

Presidente da Fenaj participa de discussão sobre jornalismo na Unigran

21 fevereiro 2011 - 17h27Por Redação Douranews, com Assessoria

Principais discussões travadas no evento foram sobre ética jornalística e responsabilidade social do jornalista

Na última sexta-feira, uma ampla discussão sobre jornalismo, atuação profissional, ética, corrupção e relações sindicais pautou o encontro entre acadêmicos de jornalismo, professores e profissionais da prática, realizado no Anfiteatro da Unigran. No evento, estavam presentes importantes nomes da área como o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, e o representante da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, Gerson Martins.

Também participaram da mesa-redonda Geraldo Duarte Ferreira, diretor do sindicato dos jornalistas profissionais de Mato Grosso do Sul, Luís Carlos Luciano, vice-presidente regional Centro-Oeste da Fenaj e presidente do Sinjorgran e Helton Costa, egresso da 1ª turma do curso de jornalismo da Unigran e mestrando em comunicação.

A realização da mesa redonda foi fruto da articulação entre a Unigran, o Sindicato dos Jornalistas da Grande Dourados (Sinjorgran) e a Fenaj.  O evento foi aberto pela pró-reitora de ensino e extensão, Bazé Lima, que afirmou ser “objetivo da faculdade discutir a ética profissional não só com os acadêmicos, mas também com os profissionais”.

A coordenadora dos cursos de comunicação social da Unigran, Maria Alice C. Otre, abriu o evento falando da visão correta sobre a atividade jornalística. “Não podemos ver a comunicação como um produto à venda, mas como um instrumento de transformação social”, e completou falando do surgimento dos cursos, “quando foi implantado, nós tínhamos o objetivo de movimentar a comunicação em Dourados e hoje estamos realizados”.

Discussão

O presidente da Fenaj abordou importantes aspectos relacionados à atuação do jornalista, entre eles a responsabilidade social e a ética. “O que a sociedade precisa, não é do mau jornalismo, que vem de uma série de posturas e maus exemplos, que vem tendência da espetacularização”, disse.

O presidente também falou da distorção dos conceitos de público e do que é público e criticou o jornalismo que “não causa incômodo”.  Celso Schröder ainda falou dos pilares da profissão, da ética, da técnica, da responsabilidade social e disse que qualquer tentativa de amordaçar ou diminuir a atuação profissional, “é perder no jornalismo o interesse dos brasileiros”.

Waldemar Gonçalves Russo, que é jornalista há mais de 30 anos em Dourados, questionou a mesa sobre os limites que o jornalista enfrenta em seu dia a dia. “Até quando vai se cobrar do jornalista e não do dono do jornal”, questionou. O presidente da Fenaj respondeu que a Federação vem tentando atuar neste sentido, mas que a ética deve ser responsabilidade do jornalista e que é o profissional quem deve decidir o que sai no jornal.

Segundo ele, com as empresas, a exigência deve ser a de que elas “se enquadrem nas leis e não na auto-regulamentação, que é o que querem”. Ele também defendeu a regulamentação nacional, “para que [os donos de jornais] parem de atuar como partidos políticos”, apontou.

Para o acadêmico do segundo ano do curso, Luiz Radai, o evento foi uma “situação nova; um presidente aqui fortalece a visão do profissional”, disse o aluno que já trabalha em um jornal da cidade e pôde ver a discussão sobre os dois lados da profissão: a teoria e a prática. “Foi o esclarecimento do que acontece, a teoria do que dá para fazer e a prática, que nem sempre é feita”, disse Radai, que completou: “mas dá para mudar”.

O representante da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas, Gerson Martins, apontou, em sua fala, alguns dos problemas cotidianos do jornalista. “O ritmo massacrante de cumprir pautas, o interesse do dono do jornal e do próprio jornalista passa muito distante do compromisso social do jornalismo”, falou.

Formação profissional

A formação do jornalista, que hoje não é exigida por lei, também entrou no centro da discussão. O jornalista Osvaldo Duarte, que atua na área há muitos anos e hoje cursa jornalismo na Unigran falou da importância da qualificação para o profissional.

O presidente da Fenaj disse que formação profissional do jornalista é um ponto de destaque no  Brasil. “A Inglaterra é muito interessada em como o Brasil relacionou a academia com a regulamentação profissional e todos nós temos que nos orgulhar disso”, falou.