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Educação

Simted contesta a distribuição de notebooks pelo Governo do Estado

15 fevereiro 2011 - 19h52Por Redação Douranews, com Assessoria

Para o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação - Simted de Dourados, José Carlos Brumatti, a ação do Governo do Estado em oferecer alguns notebooks à alunos considerados melhores que os outros é uma prática pedagógica questionável.
Nesse caso Brumatti faz um paralelo onde identifica que há desigualdade de condições sócio-econômica-culturais entre os alunos da Rede Pública de Ensino do Estado e que por isso, há alunos com melhores condições e que se dedicam mais ao estudo, com acesso à livros, à Internet, programas educativos, enquanto outros têm dificuldades das mais variadas, inclusive de alimentação. "Tem alunos que têm como única refeição ou como a refeição mais importante do dia, aquela lhe é servida nas escolas", lembra Brumatti.
O presidente questiona a idéia de meritocracia que o governo vem defendendo. "Quais critérios vocâ usa para avaliar uma criança ou um adolescente desses? Será que ao tomar tal medida o governo pensou no trauma que pode causar à uma criança dessas que eventualmente pode se sentir inferior à outra? Tudo isso há de ser pensado, de ser levado em consideração. Seria uma atitude louvável se houvesse, de fato, uma igualdade de condições sócio-educativas-culturais entre os alunos, mas, não há. Será que um aluno com dificuldade de aprendizagem pode ser avaliado em igualdade com outro?", avalia Brumatti.
Professores
O presidente também está preocupado com essa mesma avaliação que pode estar sendo projetada por aos professores. "Sabemos que entre os professores as desigualdades são enormes, à exemplo dos alunos. Avaliar quem é o melhor? Como será feito isso? Será que pelo número de aprovados todos os anos? Não corremos o risco de termos professores aprovando alunos somente pelo desejo de ser 'O melhor'? Com que situação de alunos trabalham os professores? Temos que analisar os fatos, não podemos fechar os olhos para essa realidade", comentou Brumatti.
Investimentos
Brumatti defende que ao invés de gastar dinheiro com essa competição sem sentido, o governo invista em salas de tecnologia para ensino de informática para os alunos e em qualificação para o trabalho com esses equipamentos para os professores.
"Temos professores que não dominam um computador, têm dificuldade em operá-lo. Enquanto isso, temos alunos na mesma condição e outros que sabem mais que muitos técnicos da área. Então, porque não utilizar o dinheiro do contribuinte de maneira mais inteligente e responsável?", afirma o presidente.
Além disso, Brumatti lembra que antes de analisar a meritocracia dos educadores é preciso melhorar a qualidade de vida dos profissionais, com melhores remunerações, com qualificação constante, com infra-estrutura de trabalho, com profissionais de apoio especializado, como psicólogos ou psicopedagogos, mas, principalmente com respeito às limitações de cada um.

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