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Educação

Países que reprovam alunos têm pior desempenho em educação

13 dezembro 2010 - 21h29Por Redação Douranews/com r7

Países onde os estudantes repetem o ano costumam obter resultado pior na educação que os demais, com maior desigualdade entre jovens pobres e ricos, afirma o relatório do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). A informação consta em uma análise divulgada pela OCDE, organização formada por 34 países (a maioria desenvolvidos, como EUA, Alemanha, Áustria e Japão) que organiza o Pisa.

Nações desenvolvidas em que as escolas adotam a repetência como critério são Portugal, Espanha e Luxemburgo, que ficaram abaixo da média no ranking educacional da OCDE. Portugal ficou cinco posições abaixo da média, obtendo 490 pontos; Espanha ficou em 11º (484), e Luxemburgo, em 12º (482).

O professor de educação João Ferreira de Oliveira, da UFG (Universidade Federal de Goiás), avalia que a progressão continuada - adotada em Estados como São Paulo e Rio de Janeiro - não é o ideal para o Brasil como um todo, mas pode funcionar dependendo da região e da rede escolar.

- A análise da OCDE leva em conta realidades de países desenvolvidos, em que os estudantes têm aulas em período integral, escolas bem equipadas e professores preparados. Na Espanha, por exemplo, os alunos têm aula sete horas por dia e são separados por faixa etária. É mais importante estar na mesma idade que os colegas de classe do que repetir ou não de ano.

No Brasil, a progressão continuada - que consiste em dividir os anos escolares em três ciclos (da 1ª à 4ª série, da 5ª à 8ª série e do 1º ao 3º ano do ensino médio) - aboliu a repetência entre as séries e manteve a reprovação apenas no ano final de cada ciclo. Com isso, o aluno só repete o ano na quarta série, na oitava ou no terceiro ano do ensino médio.

Se esse modelo educacional fosse adotado em todo o país, milhares de estudantes iriam passar de ano sem receber o aprendizado adequado nas escolas, avalia o professor.

Para Oliveira, o problema de manter a repetência é o abandono escolar - os estudantes "fogem" da sala de aula quando começam a repetir muito.

- O Brasil precisa incluir os estudantes, e não excluí-los. Isso não significa aprová-los automaticamente de ano, mas dar condições para que todos possam estudar. Hoje a jornada de aulas é reduzida, de quatro horas e meia, e há apenas obrigatoriedade de estudos dos seis aos 14 anos, o que é muito pouco.