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Educação

Programas sociais são a saída para custear uma universidade

03 novembro 2010 - 12h29Por Renan Nucci

Conheça algumas opções para quem ingressa em um instituição privada e não tem condições de arcar com as mensalidades.

Concluir o ensino médio e ingressar na universidade, esse é o sonho de boa parte dos jovens brasileiros que buscam sucesso na vida profissional e também uma realização pessoal. Porém, não são todos que conseguem entrar em uma instituição pública, muito menos os que podem arcar com as despesas de uma universidade privada.

Então o futuro estudante se questiona: Fazer o que eu gosto, ou fazer o que posso pagar? Mas e se eu não puder pagar? O que farei? Para muitos, esta é uma decisão crucial que pode interferir diretamente no seu futuro. Mas para que o sonho não se torne um pesadelo, existe uma série de alternativas. Uma delas é o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), um programa do governo federal destinado a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação.

Criado em 1999, o Fies já beneficiou mais de 560 mil estudantes, com uma aplicação de mais de R$ 6,0 bilhões em recursos. Para ingressar no programa é necessário que o estudante participe de um processo de seleção que irá avaliar, segundo critérios do Mec (Ministério da Educação), sua situação socioeconômica.

Tais critérios são impessoais e transparentes e buscam garantir a democratização do acesso ao ensino superior. Para descomplicar ainda mais a vida do estudante o governo federal reduziu a taxa de juros pela metade no início deste ano. O percentual que antes era de 6,5%, caiu para 3,4%.

De acordo com o site do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas), o Brasil possui mais de cinco milhões de alunos matriculados em cursos de graduação. Aproximadamente 72% estão matriculados no ensino superior, ou seja, 3,2 milhões freqüentam uma instituição privada.

Beneficiado

È o caso do estudante Gracindo Ramos, 22. Morador de Dourados há quatro anos, ele é estudante do curso de comunicação social (jornalismo) da Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados).

Ele diz que entrou em uma faculdade particular, pois não tinha muitas opções. “Prestei outros vestibulares em universidades públicas para o curso de direito, que é muito concorrido, mas não conseguir passar. Então optei por jornalismo. A Unigran era a única da região que oferecia o curso”, disse.

De todos os matriculados, apenas uma minoria conta com algum tipo de financiamento para arcar com os estudos: o Fies, o maior do país, mantido pelo Ministério da Educação, possui mais de 500 mil contratos ativos, de acordo com o site do Mec. Desse total, estima-se que 171 mil correspondam a alunos matriculados num curso de graduação. Ou seja, somente 5,3% dos alunos da rede privada são atendidos pelo Fies.

Gracindo faz parte desta minoria e diz não se preocupar com os juros porque acredita que não terá problemas para quitar as parcelas quando se formar. O jovem conta que sem o financiamento provavelmente teria dificuldades para se manter em Dourados, já que além das mensalidades do curso, também tem outras despesas como transporte e aluguel. “Sem o Fies, certamente eu teria mais dificuldades. Provavelmente, teria que conseguir um emprego para poder me manter, ou até mesmo abandonar o curso”.

Após o período de carência (18 meses depois da conclusão da graduação), o financiamento começa a ser amortizado. Nos doze primeiros meses a prestação será igual ao valor da última mensalidade. Terminado esse período, o saldo devedor é dividido em prestações iguais, pelo prazo de duas vezes o período de utilização do financiamento.

Cuidados

Se para Gracindo o Fies parece ser um bom negócio, vejamos o que diz o economista da C&G - Assessoria Econômica e Financeira ltda - Gilmar Cândido Alves. “Embora os benefícios sejam sedutores, é preciso pensar, pois os juros de 3,4% podem virar uma dor de cabeça no futuro caso haja inadimplência”, adverte o especialista.

Gilmar avisa que o ideal é financiar o equivalente que você poderá pagar de acordo com o curso que faz. “A opção mais correta, claro, é financiar apenas o que você poderá pagar quando se formar. Se você faz um curso como Ciências Contábeis, por exemplo, não poderá utilizar os 80% do financiamento, já que o valor a ser pago vai ser quase o preço do salário inicial de um contador, em torno de R$ 1.200. Se você atrasar um ou dois meses, com certeza terá muita dificuldade para pagar. Minha opinião é que realmente não vale a pena. Eu também acho mais vantajoso o aluno estudar bastante e tentar uma pública. Existem ótimas faculdades que se pode tentar. Aqui em Dourados temos duas boas universidades que são a UEMS e a UFGD, além de outras que não ficam tão distante de nossa região”.

Outras opções

Para quem não pretende se endividar existe outros recursos que podem ser bem mais vantajosos. Há muitos alunos beneficiados pelo ProUni (Programa Universidade para Todos), que consiste na troca de isenção de alguns impostos por bolsas de estudo a alunos carentes selecionados pelo governo. Esses são cerca de 310 mil, segundo dados oficiais.

Além do Fies e Prouni, os alunos da Unigran também podem recorrer a outros recursos como o Vale Universidade, um programa criado pelo governo do Estado do Mato Grosso do Sul que oferece bolsas de estudo de até 70% do valor das mensalidades. Segundo o site da Unigran, os subsídios são divididos. “O governo do estado subsidia 50% do valor da mensalidade e os outros 20% são subsidiados pela Unigran”.

Se o aluno não for beneficiado com nenhum dos programas acima poderá candidatar-se ao Estágio Interno, que possibilita atividades práticas nos vários setores educacionais e administrativos da universidade. Já os alunos que viajam diariamente de suas cidades para estudar em Dourados, podem contar com um sistema de descontos nas mensalidades. O valor varia de acordo com a localidade e o convênio com as Prefeituras.