Morreu na tarde desta quarta-feira (14) no Hospital do Coração de Dourados o professor universitário aposentado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Wilson Valentim Biasotto, aos 73 anos. Ele estava internado havia alguns dias para tratar de problemas de saúde decorrentes de recidiva de um câncer do pulmão com metástases em outros órgãos.
Biasotto foi vereador pelo PT (o Partido dos Trabalhadores), eleito em 2000, e líder do prefeito na época pelo partido, o também professor aposentado da UFMS, Laerte Tetila. Em fevereiro de 2003 licenciou-se para assumir a Secretaria de Governo onde permaneceu até 31 de março de 2004. Em 1º de abril de 2004 reassumiu a cadeira no Legislativo. Foi candidato a prefeito em 2008.
Paulista de Borborema, residia em Dourados desde 1974 para onde migrou para lecionar História no antigo Ceud, o Centro Universitário de Dourados da então Uemt (a Universidade Estadual de Mato Grosso), antes da divisão do Estado, depois transformada em UFMS com o novo Mato Grosso do Sul. Era mestre e doutor em História Social pela USP, a Universidade de São Paulo.
Wilson Biasotto também foi diretor do Ceud, e integrou o processo que deu origem à UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) em 2005, juntamente com decanos da história da instituição, em um movimento que ganhou dimensões nacionais a partir da disposição do então presidente da República Luis Inácio Lula da Silva de implantação de outros dez campus universitários em regiões estratégicas do País.
Biasotto contribuiu diretamente, como diretor do Câmpus de Dourados da UFMS, para a criação do projeto da Cidade Universitária de Dourados e do surgimento de vários cursos, como os de Bacharelado em Administração de Empresas, Direito, Biologia, Medicina e as habilitações em Secretário Bilingue e Tradutor Intérprete no curso de Letras. Foram criados ainda os mestrados em História e Entomologia e Recursos da Biodiversidade.
Biasotto era sócio fundador e primeiro presidente da ADP (Associação Douradense de Professores), hoje Simted/Dourados (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) e foi ainda fundador e Diretor do TUD (Teatro Universitário de Dourados), grupo teatral que teve atuação ininterrupta de 1974 a 1987. Criou em 1983 do Centro de Documentação Regional que abriga atualmente milhares de documentos sobre a região Centro-Oeste.
Escreveu os livros “O Movimento Reivindicatório do Magistério Público Estadual de Mato Grosso do Sul: 1978-1988, em coautoria com o professor José Laerte Tetila, “Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias”, contando a vida de um dos pioneiros da cidade, além de artigos científicos em revistas especializadas da área e mais de duas centenas de artigos opinativos em jornais de Dourados.
O professor e escritor Wilson Valentim Biasiotto era casado com a professora Helena Maria Schvarcz Biasotto, com quem teve três filhos: Mirella, Etienne e Milenne, o do meio, inclusive, eleito há mais de dois anos para a Reitoria da UFGD e ainda não empossado por conta de embargos burocráticos junto ao MEC, depois que o presidente Bolsonaro vetou a lista tríplice apresentada pela instituição e a Universidade segue sendo dirigida por indicações provisórias.
