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Todos os bandidos já são conhecidos (Da Polícia)

08 junho 2018 - 13h23

As notícias veiculadas nas TVs, nos jornais, nas revistas e em qualquer outro órgão informativo, envolvem o mesmo assunto, apresentam a mesma redação com os mesmos parágrafos. Abordam, incansavelmente e repetidamente, o mesmo assunto, num “repeteco” que consolida um descarado escárnio à sociedade, que omissa, impotente e submissa paga com seus impostos um serviço de primeira e não recebe nada em troca.

O contribuinte brasileiro conta com um sistema administrativo do “faz-de-conta”, tipo “engana trouxa” (em que o sujeito, passivamente, deixa-se enganar) como na estória do Jeca Tatu, onde ele, o Jeca, afiança ter capturado um Lobisomem. Todo santo dia, o dia todo, o noticiário informa que o ladrão, o assassino, o vigarista, o pedófilo, o estuprador e qualquer outro escroque detido pela polícia — todos eles! — JÁ TINHAM PASSAGEM PELA POLÍCIA! Eram conhecidos!!!

Tratamos aqui da escória miúda, agressiva como o escorpião, irracional e sanguinária, que se tem revelado assombrosamente nociva e funesta à sociedade, onde assassina pessoas de qualquer idade e de qualquer posição social, para furtar qualquer bem da vítima, que vai dos chinelos aos grampos de cabelo. Matam mães e pais de família desarticulando a célula familiar; médicos e outros profissionais de difícil formação profissional, necessários e indispensáveis ao País.

Os bandidos — a maioria jovens — aleijam pessoas, implantam o terror, deixam mães chorando pela morte dos filhos ou dos maridos. Lesam o País, transtornam a Nação e enlutam as famílias. Tudo isso parece não demover os responsáveis pela segurança pública — a polícia e o judiciário — da incontestável imobilidade em que se encontram, atrelados à absoluta falta de interesse em dimensionar o insustentável momento de terror, que atinge toda sociedade e movimentarem-se — fazendo jus aos proventos que recebem — para minorar o medo daqueles que ainda conseguiram safar-se da violência ou o sofrimento daqueles que ESPERAM POR JUSTIÇA, pelo assassinato de membros de suas famílias, abatidos a tiros como cachorros danados! Por seu lado, o Ministério Público, parte integrante do jogo, tem mostrado um ataque pífio frente à esquadra dos bandidos, que está prestes a ganhar o campeonato.

NADA ACONTECE! Nada! O que se ouve é que o bandido foi OUVIDO e LIBERADO! No judiciário, há um benevolente tratamento ao bandido que o libera de plano e quando já preso, goza do direito de sair por “uns dias”, para comemorar o “Dia das mães”, o “Natal” e outras datas, em companhia dos familiares. Um vez devolvido à rua, não perde tempo para reiniciar sua faina criminosa. Até o presidente da República, sem maiores indagações, comutou, em data recente, a pena de milhares de irrecuperáveis criminosos, assustando a Nação encurralada e atemorizada.

Ocorrido um evento danoso ao patrimônio ou um assassinato, detido o bandido, a notícia que flui da delegacia é que o elemento foi ouvido e liberado, mesmo no caso de homicídio, porque a detenção não foi em flagrante delito. (?) Confira o que prescreve o Art. 312 do Código de Processo Penal, verbis: “Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indicio suficiente de autoria”. Nos artigos 311 a 316 do Código de Processo Penal, os requisitos legais para a prisão.

O sentimento social é que um considerável número de delegados de polícia, na execução da sua obrigação de ofício, esquivam-se de instaurar o inquérito policial, trabalhoso e — muitas vezes, depois de todo trabalho — o serviço é baldado por um juiz, com pouco interesse na administração da justiça e na tranqüilidade social. Assim a polícia, de um lado, procura economizar trabalho, que mais adiante seria jogado no lixo, procedimentos que fomentam a ação dos bandidos no mundo do “faz-de-conta”, onde as pessoas rezam para não serem assassinadas, assaltadas, seqüestradas ou estupradas, enquanto o tempo corre frouxo, ônibus são incendiados e os políticos praticam corrupção, que consideram prioridade.

No Brasil todos conhecem os bandidos, entre eles os políticos ladrões, mas todos gozam de tratamento paternalista, por que as leis: “Ora, as leis?” Como dizia Getúlio Vargas: “As leis representam um incômodo superável!”

* O autor é membro da Academia Douradense de Letras.
([email protected]).

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