Menu
Buscarsábado, 20 de abril de 2024
(67) 99913-8196
Dourados
15°C
Educação

Informativo FETEMS

28 maio 2018 - 20h23

fetems noticias

 

*A BOLEIA DO CAMINHÃO NÃO PODE SER DESCULPA PARA

SE PEDIR TANQUES NAS RUAS e TENENTES NOS PALÁCIOS*

 

A FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado de Mato Grosso do Sul) hipoteca todo o apoio à luta dos caminhoneiros, autônomos ou empregados, por suas reivindicações. A luta dos caminhoneiros permitiu uma profunda reflexão do Brasil em relação a excessiva carga tributária (estadual e nacional) incidente nos combustíveis, valor de pedágios abusivos, política de preço na Petrobras afinada com as empresas multinacionais e desassociada do povo brasileiro, maior acionista da companhia.

O que a FETEMS não apoia é o oportunismo daqueles que, ao reboque da legitimidade suscitada pela Boleia, invocam como saída para o Brasil uma intervenção militar. Volta e meia assistimos setores da sociedade brasileira flertando com o arbítrio, com o autoritarismo e com um país dirigido por oficias das forças armadas. Algo deprimente.

Este caminho nunca deu certo no Brasil. O último legado da presença militar no comando do país é nefasto para os brasileiros e para a história das forças armadas.

Não há saída para a crise, que enfrentamos atualmente, que não seja a DEMOCRACIA plena. Só a democracia permite que trabalhadores caminhoneiros sejam capazes de alterar a pauta de um país, como aconteceu ao longo da última semana. Nem em sonho isto aconteceria sob um regime militar. Democracia é o nosso remédio e nossa vacina.

Democracia nas escolas e universidades. Democracia nos meios de comunicação. Democracia na política fundiária e de financiamento da produção agropecuária. Democracia no sistema financeiro e bancário. Democracia no controle social. Democracia de dados e informações públicas. Democracia no orçamento público. Democracia no controle e direção das empresas estatais (como a PETROBRAS e BNDES).

Não há saída fora da democracia. As forças armadas devem continuar tendo o papel constitucional que possuem em todas as demais democracias: Defesa do território nacional e por consequência da soberania nacional face as investidas dos não nacionais. Nem mais e nem menos que isto.

Os últimos 21 anos de arbítrio sob a batuta militar é uma grande lembrança para o caminho e a solução que não podemos sequer cogitar. Há uma diferença enorme entre uma concentração de caminhões em postos e rodovias e uma concentração de tanques de guerras guardando palácios e praças públicas. Não nos esqueçamos disto, pois a última vez que o Brasil saiu às ruas para aplaudir intervenção militar, 31 de Março de 1964, tivemos uma longa noite, sem lua, que perdurou por duas décadas e que até hoje ecoa suas consequências.

A FETEMS conclama seus sindicatos filiados e seus afiliados a sempre hipotecarem apoio à luta de qualquer categoria de trabalhadores, no presente caso aos caminhoneiros. Todavia, conclama ainda, a refutarem com veemência toda e qualquer insinuação ou flerte com o arbítrio/autoritarismo, fardados ou não.

*FETEMS e seus sindicatos filiados*
*Jaime Teixeira - Presidente da FETEMS*