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CBF dá aval e tranquilidade para Mano não virar "novo Falcão"

12 julho 2011 - 18h00

Em setembro de 1990, Falcão assumiu a Seleção Brasileira com a missão de renovar um time esfacelado pelo fracasso na Copa do Mundo disputada dois meses antes. Em 1991, não resistiu ao seu primeiro teste de fogo, mesmo com um vice-campeonato compreensível na Copa América daquele ano, e acabou demitido.

Vinte anos se passaram e os empates brasileiros nas duas primeiras rodadas resgataram a lembrança como um indício de que um insucesso na Copa América poderia atrapalhar o trabalho do técnico Mano Menezes. Porém, o discurso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o histórico recente na condução de instabilidades na Seleção indicam pela permanência do projeto aconteça o que acontecer.

"Temos que ter paciência. O mais importante é a preparação para 2014. O presidente (Ricardo Teixeira) sempre disse que o projeto é para a Copa e vamos seguir em frente", disse o diretor de comunicações da CBF, Rodrigo Paiva.

Assim como Falcão, Mano inicia um processo de renovação, mas teve o cuidado de fazer uma mescla entre jogadores mais novos e experientes até como uma forma de ter mais força no primeiro torneio que disputa. Mesmo assim, a ausência de uma vitória diante de uma grande seleção e nesta Copa América já leva às primeiras contestações ao técnico.

"Temos que ver o estágio de construção visando a Copa de 2014. Poderia trazer só jovens e diriam que talvez nenhum chegaria a 2014, pois a derrota poderia ser contundente. Por isso convocamos gente experiente e para evitar oscilações em momentos decisivos. Conhecemos todas avaliações do futebol, mas temos que ter tranquilidade", rebate Mano.

Além da palavra da CBF, conta a favor de Mano a longa duração dos últimos técnicos que passaram pela Seleção recentemente. Zagallo (1994 a 1998), Carlos Alberto Parreira (2002 a 2006) e Dunga (2006 a 2010) fecharam ciclos completos mesmo com momentos de instabilidade e perdas de título. "O Dunga perdeu dois jogos seguidos (Venezuela e Paraguai), foi xingado por um Mineirão (contra a Argentina) e fracassou na Olimpíada e mesmo assim não caiu", lembrou Rodrigo Paiva.

Curiosamente, o único ciclo tumultuado da era Ricardo Teixeira na CBF terminou com o título mundial. Vanderlei Luxemburgo assumiu a Seleção em 1998, ganhou a Copa América de 1999 e foi demitido depois do fracasso na Olimpíada de 2000. Leão comandou o time por 10 jogos antes de Luiz Felipe Scolari assumir o lugar, ser mantido mesmo após o fracasso na Copa América de 2001 - derrota para Honduras nas quartas -, e ganhar o pentacampeonato no ano seguinte.

Para evitar o início de uma pressão contra, Mano Menezes joga a sua primeira decisão neste quarta-feira contra o Equador, às 20h50 (de MS), em Córdoba. Um empate garante uma vaga ao Brasil nas quartas de final da Copa América, mas uma derrota provocaria a primeira eliminação na fase inicial do torneio desde 1987, curiosamente disputado também na Argentina.

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