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O sistema democrático brasileiro e os “políticos tipóia”

21 dezembro 2018 - 21h23

Tipóia, sabermos: “tira de pano ou lenço preso ao pescoço para sustentar um braço...” Na política, tipóia é a sustentação que os partidos políticos compostos e comandados por hipócritas — imitando a função da tipóia — dão à ação do governante, mediante a concessão de “favores”. Para que o executivo consiga implementar algum programa ou uma reforma necessária e urgente, sem a obstrução rançosa dos hipócritas, interessados apenas no dinheiro público, precisa recorrer ao sistema da TIPÓIA!

Como exemplo, temos a reforma da PREVIDÊNCIA, que sem o apoio de uma fração necessária do Congresso (a tipóia) será inviabilizada pela matilha desvairada, caso não seja recompensada, conforme tem sido até agora, onde a extorsão sempre fala mais alto. Não atendido o achaque — O que pode acontecer? Não acontece nada! — o que impera nos Parlamentos (Câmara e Senado) é o TOMA LÁ DÁ CÁ! Em nenhuma hipótese o interesse do povo tem algum valor!

As correções necessárias e indispensáveis, para sanear as finanças públicas e fazer o País caminhar nos eixos, livre de inflação, que vão acionar o desenvolvimento e colocar o País no rumo que a Nação espera, evidencia que o povo tem que aprender a votar em bons políticos — raros sim, mas existem — e podem receber o voto daqueles que querem o melhor para si e sua família. A corrupção que grassa entre os parlamentares que cobram vantagens para votar as matérias propostas pelo governo, esmorece a vontade política do governante, inviabiliza a administração pública e, por fim, desaponta a Nação.

O criminoso costume da corrupção está institucionalizado em nosso País; multiplicam-se os hipócritas, eles marcham dia e noite em busca de vantagens ilícitas como moeda de troca, para apoiar medidas que vão de encontro com os anseios populares. Para que haja sustentação para a realização do programa político do governante, necessária e indispensável, primeiramente, é a instalação da tipóia, que vai ampará-lo, mesmo em pretensões esdrúxulas, estranhas ao povo que governa.

Sem a tipóia do Congresso para sustentar a governabilidade, não se consegue governar, é preciso ouvir com calma e atenção os parlamentares e atendê-los, mesmo com prejuízo ao desenvolvimento do País, porque sem essa sustentação nada acontece, além do enterro político do governante. Não atendido o “toma lá dá cá”, sem a TIPÓIA “em pessoa”, a administração emperra, adoece e morre, mesmo que esteja encabeçada por quem tem as melhores intenções em tentar corrigir os desmandos e levar o País adiante, dando ao povo o que ele precisa, como contra-prestação pelos tributos recolhidos.

Da “Sala do Café”, na marcha pelos corredores do Palácio até o Gabinete do governante, segue a procissão dos “desmamados da República”, para solicitar, pedir, requerer, rogar e implorar por alguma vantagem, começando por querer manter a teta em que mamam e nela vêm mamando desde tempos remotos, consideram a posse da teta como direito adquirido. Alguns deles, chegam a jurar que dela (a teta) precisam “para não morrerem na praia democrática, do Brasil!”. Imploração aflita que fazem, com lágrimas. Lágrimas de crocodilo (ou de jacaré?).

A mansa e reiterada corrupção, praticada aqui no Brasil, nasceu ainda no tempo da escravatura, quando o “senhor de escravos”, membro importante da oligarquia rural, desgostoso pela privação da sua força de trabalho gratuita, pela ação da Princesa Isabel(A Redentora), libertando os escravos, em maio de 1888, simultaneamente, proclamaram a REPÚBLICA em setembro de 1889, catorze meses depois, como vingança!

Arrebataram o Império de D. Pedro II, confiscaram seus bens e o expatriaram, aberração jurídica inaceitável em qualquer tempo, porque o Imperador nascera no Brasil, no Rio de Janeiro em 1825 e faleceu exilado, num ambiente miserável e estranho, em Paris-França, em 1891, apenas três anos após ser despojado e enxotado do seu berço de nascimento, pela prática do “virtuoso crime” de acabar com a escravidão no Brasil, retirando da oligarquia o trabalho escravo gratuito que sempre exploraram. Nenhum Diploma legal — de qualquer tempo — autorizava ou autoriza, que se expatrie um nativo.

No Brasil tudo pode — e a TIPÓIA — , é um instrumento institucionalizado, que come os impostos e deixa o povo sem assistência à saúde; cultiva a ignorância pela carência de escolas; e mantém as famílias trancadas em casa, acuadas, aterrorizadas com o número de bandidos em circulação!

* O autor é membro da Academia Douradense de Letras.
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