Com o avanço da tecnologia, a internet tem entrado cada vez mais na casa dos brasileiros. Diante da facilidade em vender e comprar produtos pelas redes sociais, muitas vezes o meio acaba sendo “armadilha” para quem busca comodidade na hora de adquirir um produto.
Em um dos grupos de venda coletiva do Facebook denominado Só Bobs (Carros e Motos), o vendedor anuncia uma moto no valor de R$ 2 mil, mas alerta que o veículo não pode circular, já que o mesmo foi roubado. O anunciante diz ainda que aceita vender tanto a moto inteira quanto somente as peças.
Consta no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp) que a moto foi roubada em Porto Velho, Rondônia. Conforme o delegado titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), Fabiano Nagato, a internet é livre para a pessoa postar o que quiser, mas vai responder se praticar crime.
“A pessoa que posta um produto para venda não que saber a origem do produto, e sim vendê-lo. Cabe a pessoa que vai comprar tomar cuidado. Tanto quem vende quanto quem compra produto roubado será responsabilizado se for descoberto”, destacou Nagata ao acrescentar que a pessoa poderá ainda ser presa em flagrante pelo crime de receptação.
Ainda de acordo com o delegado, celulares roubados são os mais anunciados para venda. “As pessoas que compram aparelhos por preço mais barato e não tem nota do produto, já sabe que é roubado”, afirma Nagata ao enfatizar que é mais difícil chegar na pessoa que vendeu do que na pessoa que comprou.
Pena para crime de receptação varia de um a quatro anos de prisão. “Temos que alertar a população para que não compre produto roubado, pois isso provoca o aumento de roubos na cidade, já que são os receptadores que movimentam as compras”, finalizou.
Ilegais
Outra prática comum nos dias de hoje é comprar veículos confiscados com preço bem inferior do valor de mercado. A pessoa financia o veículo, não paga, o banco emite busca e apreensão e antes de ter o veículo recolhido o mesmo é vendido. A partir daí, o comprador terá sérias complicações caso seja pego em alguma blitz, por exemplo.
Balanço
Em Campo Grande 26 celulares são roubados e furtados, por dia, segundo dados da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Conforme a Polícia Militar, dos 3.761 boletins de ocorrência de crimes contra o patrimônio registrados desde o primeiro dia do ano até ontem, 1.692 deles, ou seja, 45%, envolvem especificamente celulares.
O cenário é atribuído às falhas no policiamento, às oportunidades criadas pelas vítimas que, em muitas vezes estão desatentas, e às redes de receptadores que comercializam os aparelhos na internet ou em bocas de fumo.
