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Agronegócio

Atraso na colheita faz produtores temerem falta de equipamentos

13 fevereiro 2011 - 12h16Por Redação Douranews, com G1

Previsão é de que o pico da colheita seja entre 10 e 20 de março. Atraso se deve ao frio durante período de desenvolvimento da lavoura.

Quando plantou soja em outubro do ano passado, o produtor Jaime Neitzke estava preocupado com as previsões de seca que, segundo meteorologistas, causaria perdas na lavoura. Para garantir a sobrevivência de mais plantas, aumentou a quantidade de sementes usadas nos 80 hectares destinados ao grão em sua propriedade em Campo Mourão, centro-oeste do Paraná.

Quatro meses depois, o campo está mais cheio que no ano passado e a soja está pronta para a colheita da safra 2010/2011 – que já deveria ter começado no estado, mas está atrasada devido ao excesso de chuvas.

“A gente plantou com a ideia de que ia ser seco, que ia faltar chuva, e acabou chovendo mais que o esperado. Além disso, atrasou o plantio de milho, plantei a soja de um ciclo mais precoce e as duas colheitas vão coincidir”, diz ele, que prevê que sua colheitadeira e seus dois tratores serão insuficientes para a tarefa dobrada.

“Vamos ter que alugar maquinário dos vizinhos. Isso se tiver, porque essa situação está meio generalizada”, analisa Neitzke.

A previsão é de que o pico da colheita seja entre 10 e 20 de março, e devem faltar secadores, colheitadeiras, caminhões e outros equipamentos de escoamento.

Cláudio Rizzatto, diretor e vice-presidente da Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, diz que a safra está atrasada em 15 dias porque houve muito frio durante o período de desenvolvimento da lavoura. No ano passado, em 9 de fevereiro já haviam sido colhidas 4,6 milhões de sacas; na mesma data em 2011, foram apenas 140 mil.

Dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná mostram que, até o dia 7 de fevereiro, somente 1% da safra de soja havia sido colhida. No ano passado, esse percentual já havia sido colhido em janeiro.

“Claro que é preocupante, mas nesse momento não há expectativa de perdas significativas. O produtor está muito contente com as lavouras”, diz Gilberto Guarido, engenheiro agrônomo da Coamo em Campo Mourão.

Além de causar a perda de qualidade da soja, ele diz que o atraso pode atrapalhar também o plantio de milho e soja safrinha (segundo plantio que os produtores fazem para manter o solo ocupado e após a colheita de verão, além de aumentar a renda). O prazo para o plantio da segunda colheita termina no dia 28 de fevereiro.

Em Toledo, oeste do Paraná, produtores tentaram usar técnicas para antecipar a colheita, mas a chuva não deu trégua e a plantação ainda não foi colhida.

Guarido, da Coamo, acredita que a colheita ainda será benéfica para o produtor, apesar dos obstáculos. “A máxima que a gente diz é: com chuva, sempre sobra alguma coisa. Com seca, não necessariamente. Ele vai acabar colhendo", prevê.