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Economia

Brasileiro já paga mais caro para tomar dívidas

11 fevereiro 2011 - 21h14Por Redação Douranews, com Exame

Financiar ficou mais caro para o consumidor brasileiro. Com o aumento da inflação ameaçando estragar a festa, o governo lançou mão de ferramentas para restringir o acesso ao crédito, enxugando o dinheiro da praça e aumentando a reserva obrigatória dos bancos. Implementadas no último mês de 2010, as medidas já surtiram efeito: até 26 de janeiro, o número de concessões de empréstimos para veículos caiu nada menos que 45%. No mesmo período, a taxa média de juros nessa modalidade de financiamento subiu quase cinco pontos, chegando a 27,7% ao ano.

Nas instituições ligadas a montadoras, os juros cresceram três pontos percentuais, atingindo 23,1%. Em geral, as taxas oferecidas por esses bancos são mais atraentes porque a indústria automobilística costuma bancar parte da conta quando o intuito é limpar o pátio e desovar a produção. Mesmo neste caso o volume de financiamentos também despencou, amargando um tombo de 36%.

"Os juros estão mais caros e vão dificultar a vida de quem queria comprar qualquer bem de consumo durável para pagá-lo em prestações a perder de vista", afirma o professor de economia da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli. Exemplo disso é que em novembro de 2010, quando as medidas regulatórias ainda não tinham sido baixadas, os juros nas operações de crédito pessoal batiam em 41,9% ao ano. No fim de janeiro, essa taxa pulou para 49,4% e o prazo médio dos financiamentos - que era de quase cinco anos - foi para pouco mais de três anos e meio.

Diante da expectativa de novos ajustes na Selic, os juros devem ficar ainda mais pesados daqui pra frente. A ordem, portanto, é pesquisar os melhores preços na hora de abrir a carteira. É que o acredita Maurício Galhardo, sócio-diretor da Praxis Education. "Uma dívida de longo prazo tem que ser feita na base da razão", diz. "Quando estamos falando de um bem que é um sonho para o consumidor, como um veículo, é difícil tirar a emoção da história. Mas é justamente aí que vale batalhar por melhores condições."

Galhardo lembra que se por um lado as medidas do governo para acomodar a inflação devem afetar diretamente o consumo, por outro, as fábricas vão sentir o esfriamento na outra ponta da cadeia. Por isso, é importante ficar de olho nas ofertas que devem surgir por aí . "Não existem as mesmas facilidades que tivemos no ano passado, com redução do IPI e crédito farto. Por isso, as empresas devem trabalhar com promoções e condições flexíveis para não ver a oferta se distanciar muito da demanda", completa.