Ter uma alimentação saudável, à base de verduras, legumes e frutas, ficou mais caro ao brasileiro no mês de janeiro. Os motivos foram os estragos causados pela chuva nos Estados produtores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (8).
O preço dos alimentos subiram, em média, 15% no primeiro mês do ano, fazendo com que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrasse alta de 0,83% em relação a dezembro, na maior taxa desde abril de 2005.
Dentro do grupo alimentação, o alimento mais caro em janeiro foi o chuchu, que subiu 88,17%, seguido pelo tomate (27,11%) e cenoura (22,32%).
No ano, a inflação oficial já acumula alta de 5,99%, número superior ao registrado durante todo o ano passado, mas ainda abaixo da meta estipulada pelo governo, de 4,5%, com possibilidade de oscilação de dois pontos para cima ou para baixo.
Juntos, alimentos e transportes representam uma boa fatia do orçamento do brasileiro, ressalta a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Ela explica que a alta no preço dos alimentos foi observada durante todo o ano de 2010.
Essa tendência de alta se intensificou ainda mais em janeiro. Embora o ritmo de alta no preço dos alimentos tenha desacelerado, houve um crescimento acentuado no mês. Em resumo, alimentação e transporte explicam quase todo o IPCA de janeiro.
Eulina explica que em janeiro o preço dos hortifrutis foi maior por conta das altas temperaturas do verão, mas a alta foi mais forte devido à chuva.
Além do preço da comida, outro componente que pesou bastante na formação do índice foi o transporte público. Em Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Salvador as tarifas de ônibus urbano sofreram reajuste.
O preço das passagens aéreas também subiu por conta da alta temporada, registrando alta de 6,21%. O setor de serviços, que inclui condomínio, escola, hotéis e cuidados pessoais, também pressionou, representando quase 20% do índice.
O que ficou mais barato
A boa notícia é que as carnes, que subiram de preço durante todo o ano passado acumulando aumento de 27% nos últimos 12 meses, aos poucos começam a pesar menos no bolso do consumidor.
Houve queda de 0,19% no preço da carne. Pode parecer pouco para o consumidor, mas influencia bastante a inflação.
O feijão carioca, o mais consumido do país, também desacelerou e ficou mais barato em janeiro. Segundo o IBGE, isso acontece porque a oferta aumenta muito em fase de colheita, puxando os preços para baixo.