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Economia

Demanda de alguns produtos mantém inflação elevada

04 fevereiro 2011 - 12h00Por Redação Douranews, com Estadão

A economia aquecida de países emergentes e a consequente valorização das moedas, como o real, e da demanda por alimentos, são alguns dos fatores que ajudam a manter a inflação elevada. Em mais uma semana de reajuste para cima do índice para 2011 e 2012, vale compreender os motivos que justificam este comportamento, os impactos no mercado e em quais pontos o governo brasileiro deve estar atento.

Ao menos até o início da próxima semana, a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano é de 5,64% e de 4,7% em 2012. O reajuste afasta cada vez mais a inflação do centro de meta, estipulada em 4,5%. Em outras economias, a elevação também tem sido registrada, como é o caso da China e da Comunidade Européia.

Motivos

O professor de economia da Fundação Getulio Vargas, Evaldo Alves, explica que o registro semelhante em outros países exerce pouca influência no Brasil. Ele cita dois fatores principais que pressionam a alta do índice:
Commodities – o preço dos alimentos tem aumentado por conta da demanda interna e externa. A procura maior se justifica pelo aumento de renda de países emergentes, como é o caso do Brasil e da China. Empresas de mineração e petróleo também devem se beneficiar com o aumento dos preços dos produtos.

Economia acelerada – ainda que alguns indicadores sinalizem a desaceleração na produção, a economia aquecida no Brasil ainda deve se mostrar presente ao longo deste ano, ajudando a pressionar índice. É o caso do setor de serviços, que sofreu aumento de 7% em 2010 por causa da grande procura

Impactos

Dizia-se que a alta das commodities seria temporária, mas a frequência de fenômenos climáticos – enchentes no Brasil e na Austrália e a seca na Argentina –, deixando as lavouras ainda mais vulneráveis, faz com que o preço fatalmente seja elevado. Os deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro e as enchentes em São Paulo já fizeram com que os preços subissem, em um exemplo mais próximo.

“A projeção tem aumentado, mas nada de outro mundo”, comenta o professor, que afirma que a inflação no Brasil está em um patamar administrável. Mesmo que o governo tente combater a alta do índice, gera-se um círculo vicioso.

O aumento dos juros e a compra de dólares incentivam os investidores estrangeiros a aplicarem no Brasil, depreciando a moeda americana. Para virar o jogo, o governo conhece a lista de medidas, algumas delas ainda não colocadas em prática:

Corte de gastos - Ainda que a equipe econômica se esforce, os investimentos não serão cortados, como informou o governo, e os gastos públicos e os reajustes fenomenais de salários continuarão a ser vistos.

Redução de custos para as empresas - O Brasil terá que se esforçar e arranjar outros mecanismos que não sejam apenas a compra de dólares para tentar equilibrar a balança e favorecer as exportações. É o caso de parcerias comerciais com outros mercados e a desoneração de alguns setores.