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Economia

Indústria perde fôlego com real valorizado, aponta IBGE

02 fevereiro 2011 - 15h57Por Redação Douranews, com Folha.com

Mesmo afetada pela perda de competitividade provocada pelo câmbio, a indústria brasileira deixou a crise para trás e superou o patamar de produção de 2008, recorde anterior do setor. O ano passado fechou com um nível 2,7% acima do de 2008.

A indústria, porém, já viveu dias melhores. Seu pico histórico de produção foi registrado em março de 2010, quando o setor ainda sentia os reflexos positivos das desonerações fiscais do governo, lançadas na crise para estimular ramos como o automotivo, a construção e o de eletrodomésticos da linha branca.

Findo o incentivo, o setor começou a crescer de modo menos intenso até chegar à estagnação a partir de agosto. Em dezembro, aprofundou a tendência de queda, com retração de 0,7% frente a novembro.

A indústria operou no último mês do ano com um nível de produção 2,5% inferior ao recorde de março, segundo o IBGE.

Para André Macedo, técnico do IBGE responsável pela pesquisa de indústria, o principal efeito negativo para o setor fabril veio da perda de competitividade das exportações brasileiras e da maior entrada de importações --em ambos os casos, sob impacto do câmbio valorizado. São exemplos a retração de 20% nas exportações de celulares e a expansão das importações de bens de capital.

"Existem, porém, outros fatores, como acúmulo de estoques de alguns setores e a própria retirada das desonerações", disse Macedo.

ANO

Apesar da freada no ritmo de atividade nos últimos meses de 2010, a produção industrial acumulou alta de 10,5% de janeiro a dezembro de 2010, segundo os dados divulgados nesta quarta. Foi a maior alta anual desde 1986.

De acordo com a pesquisa, houve crescimento em 23 das 25 atividades --o maior impacto no índice global veio do ramo de veículos automotores (24,2%).

As expansões assinaladas em máquinas e equipamentos (24,3%), produtos de metal (23,4%), metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%) e outros produtos químicos (10,2%) também tiveram destaque.

Os dois únicos ramos com queda foram fumo (-8%) e outros equipamentos de transportes (-0,1%).