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Economia

Etanol: inovando e avançando sempre

15 janeiro 2011 - 12h33Por Redação Douranews/ com Jornal do Brasil

O fato de o Congresso norteamericano – equivocadamente – ter prorrogado, até 31/12/2011, a tarifa de importação sobre o etanol brasileiro e os diversos subsídios aos produtores do etanol de milho não pode nem deve, em hipótese alguma, ser motivo de desânimo e diminuição nos investimentos. Ao contrário, o negócio é continuar de cabeça erguida, seguir em frente e continuar investindo cada vez mais, pois a energia limpa e renovável é um caminho sem volta e em permanente expansão.

Temos muito que comemorar. Já no início do ano (03/02) tivemos a boa notícia de que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, EPA), havia reconhecido o etanol de cana-de-açúcar como combustível avançado. As exportações de açúcar tiveram um boom que deve continuar em 2011; o veículo flex continuou avançando firme; e tivemos o lançamento do “plástico verde” da Braskem, 100% à base de etanol e totalmente reciclável.

Novas unidades produtoras de etanol entraram em operação, sendo a última no dia 18/11/10, a Unidade Alto Taquari (MT) pertencente à ETH Bioenergia, empresa da Holding Odebrecht. Essa Unidade, sétima da ETH e a primeira a ser instalada no estado, teve investimentos de R$ 1 bilhão, vai processar 3,8 milhões de toneladas de cana e produzir 360 milhões de litros de etanol. Como uma moderna usina greenfield  vai produzir 380 gigawatts/hora (GWh) de energia elétrica. Mostrando determinação e confiança no futuro, em 2011 a ETH inaugurará duas novas usinas, sendo a Costa Rica (na cidade de mesmo nome em MS) e Água Emendada (Perolândia, GO).

O presidente da ETH Bioenergia, José Carlos Grubisich, deu o tom de otimismo: “O início das atividades em Alto Taquari representa mais um importante passo em nossa estratégia de alcançar a liderança do setor de bioenergia em 2012”. Ou seja, a ETH não entrou no mercado para ser somente mais um player, e sim para assumir um papel de liderança (a capacidade de moagem instalada será de 26 milhões de toneladas de cana na safra 2011/2012).

Os investimentos da ETH Bioenergia somados aos de outros grupos, as fusões realizadas em 2010 – e com certeza outras mais em 2011 – e o crescente interesse pelo etanol de cana confirmam a pujança e maturidade do setor sucroalcooleiro do Brasil.

Outra boa notícia em 2010 (23/11) foi o início da construção do etanolduto que ligará o Centro–Oeste aos portos do Rio de Janeiro e São Sebastião (SP), e que tem como sócios a Petrobras, a Odebrecht TransPort (OTP), a Copersucar e a Cosan, com 20% cada, e a Camargo Correa e Uniduto, ambas com 10%.

Com investimentos da ordem de R$ 5,7 bilhões, quando concluído, terá capacidade para transportar até 21 milhões de metros cúbicos e extensão de 850 quilômetros, sendo 202 quilômetros no primeiro trecho entre Rio Preto e Paulínia (com a expansão chegará aos estados de Goiás, Mato Grosso e Minas e abrangerá 45 municípios).

Tal investimento será totalmente diluído ao longo dos anos, visto que, em função do volume transportado, haverá uma redução da ordem de 57% nos custos de logística, o que melhorará sobremaneira a competitividade do energético. Afinal de contas, é totalmente absurdo que, num país continental como o nosso, 95% do etanol sejam transportados por caminhões que percorrem até 2.500 quilômetros em rodovias, nem sempre de boa qualidade, até chegar ao porto (esse por sinal é outro gargalo devido à falta de investimentos em infraestrutura por parte do governo federal).

A demanda por etanol continuará crescendo não só devido aos veículos flex, mas, em função da indústria química e dos caminhões e ônibus que hoje utilizam o diesel como combustível e que futuramente utilizarão o etanol. Quando do lançamento dos primeiros ônibus (25/11), assim declarou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab: “O objetivo agora é irmos de 50 para 200, de 200 para mil e de mil para uma situação em que todo o transporte urbano de São Paulo seja movido por energias limpas”. Assim como aconteceu com os veículos leves, a mudança dos veículos pesados para o etanol é só uma questão de tempo.