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Economia

Economistas elogiam Banco Central e preveem alta do dólar

08 janeiro 2011 - 17h43Por Redação Douranews/ com Jornal do Brasil

A decisão do Banco Central (BC) brasileiro de impor o recolhimento compulsório de posições vendidas de dólar, no mercado à vista, aos bancos - caso excedam o US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência das instituições - foi vista como positiva por economistas, que esperam valorização da moeda americana para entre R$ 1,85 e R$ 2, ainda em 2011.

Com a medida anunciada nesta quinta-feira, mais do que buscar uma arrecadação adicional, o BC está sinalizando que não pretende incentivar posições vendidas de dólar (quando os agentes financeiros querem vender mais dólares do que comprar) que acabam por estimular a valorização do real, à medida que os bancos forçam a queda da moeda americana para obter ganhos nas vendas da divisa, na opinião do economista diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme.

Segundo ele, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva vinha usando o dólar baixo como forma de contenção da inflação. Mas, acredita ele, o governo de Dilma Rousseff tem sinalizado que vai combater as causas da inflação, como os gastos públicos excessivos e a liquidez que tem gerado consumo acelerado.

"Assim, o governo não vai precisar do dólar (depreciado) para conter inflação e poderá deixar de praticar o estímulo às posições vendidas. A medida acaba com a manipulação dos bancos em relação ao câmbio. Com isso, o preço deve se recuperar. Até meados do ano, o dólar deve alcançar R$ 1,85", aposta Nehme.

Na quarta-feira, dia anterior ao anúncio do BC, a moeda americana fechou a R$ 1,675. Na última sexta, em R$ 1,68.

Mais do que ter um impacto imediato e profundo no câmbio, a medida é uma demonstração que o governo recém-empossado está preocupado com a questão da valorização do real, na opinião do professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV - EESP), Samy Dana, algo positivo.

Segundo ele, o Banco Central deve vir a tomar mais medidas para conter o câmbio na linha das já anunciadas e a moeda americana deve alcançar o patamar de R$ 2 em meados de maio.

A definição de compulsório para posições vendidas de dólar no mercado à vista indica também que haverá elevação da taxa básica de juros (Selic) entre 0,5 ponto percentual e 0,75 ponto percentual, na avaliação Dana. De acordo com o economista, o BC já está preocupado com a futura atração de capital estrangeiro.

Em abril

Na avaliação dos economistas, o BC acertou ao estabelecer o prazo de abril para a medida passar a valer. Assim, evita maior volatilidade no mercado e dá tempo para os bancos acertarem as posições em dólar.