O consultor financeiro Alan Feigenbaum defende uma ideia que muita gente poderia considerar polêmica: em pleno século 21, as mulheres não lidam tão bem com o dinheiro como os homens.
Que há muitas diferenças entre homens e mulheres em relação a dinheiro, não se discute. No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008 mostra que enquanto o rendimento médio do trabalhador masculino foi de 1.130 reais, o das mulheres com alguma ocupação ficou em 802 reais, uma diferença de quase 30%. E isso apesar da escolaridade média das mulheres superar a dos homens em exatamente um ano.
Segundo Feigenbaum, existem alguns motivos que ajudam a explicar essa disparidade. Em geral, a tarefa de cuidar dos filhos ou pais idosos recai sobre as mulheres. A responsabilidade acaba fazendo com que uma parte delas opte por empregos que não vão exigir viagens a trabalho, infindáveis horas extras ou uma eventual mudança de cidade. Para o consultor norte-americano, as mulheres também tendem a ser menos assertivas na hora de pedir aumento e negociar cargos.
Eliana Bussinger, autora do livro “A dieta do bolso”, acrescenta que a inserção em massa das mulheres no mercado é um movimento recente e que as condições de remuneração e reconhecimento são piores até mesmo para os mesmos cargos. “A mulher ainda está no processo de galgar degraus”, diz.