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Economia

Meirelles “fala demais” e deve ser sacado do Banco Central

22 novembro 2010 - 16h37Por Redação Douranews, com AE
Depois de diversas declarações consideradas como “pressão”, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles deverá ser “sacado” do cargo de presidente do BC pela presidenta eleita, Dilma Rousseff. Ela não gostou das supostas condições impostas por Meireles para continuar no cargo, dentre elas a manutenção da autonomia na definição dos juros.

Outro que se irritou com Meireles foi o presidente Lula, para quem o atual presidente do BC “perdeu muitos pontos ao tentar jogar no colo de Dilma a responsabilidade por uma eventual mudança na política monetária.

Ao dizer que havia sido convidado por Dilma e que teria imposto tais condições, o titular do BC criou um enorme embaraço econômico. Com isso, qualquer decisão que Dilma vier a tomar agora - diferente da permanência de Meirelles na presidência do banco - será interpretada pelo mercado financeiro como um afrouxamento da política de autonomia.

A manobra de Meirelles foi ocasionada, segundo políticos aliados, pela confirmação de Guido Mantega no Ministério da Fazenda em primeiro lugar. A informação emitiu um sinal de que Mantega será uma espécie de capitão do time e que o futuro presidente do Banco Central ficará, na prática, subordinado à Fazenda. Hoje, Meirelles tem status de ministro e responde diretamente ao presidente da República.

Status

Os aliados avaliam que Dilma vai, de fato, retirar o status de ministro do presidente do Banco Central. Não se trata de uma discussão para agora, mas, a essa altura, já há quem aposte na edição de uma medida provisória para fazer a mudança de imediato.

A declaração de Meirelles sobre o convite para ficar - dada na sexta-feira, na Alemanha - funcionou como faísca num ambiente já minado de desconfianças em relação à política fiscal de Dilma. Os juros terminaram a semana passada em níveis elevados no mercado futuro.

Ensaiando movimento de pressão pela retomada do processo de alta da taxa Selic para combater sinais de aumento da inflação, o mercado teme, agora, que a autonomia acabe no próximo governo. O receio foi manifestado depois da informação de que Dilma também quer reduzir os juros reais para um patamar em torno de 2%.

A autonomia do Banco Central para decidir sobre a taxa de juros foi um dos pilares econômicos mantidos pelo presidente Lula em seus dois mandatos. Embora não tenha sido institucionalizada em lei, Lula a assegurou ao presidente do BC, mesmo nos momentos mais críticos do embate que ele travou com Mantega sobre os juros.

Para integrantes da atual equipe econômica, Meirelles tentou pôr Dilma no "corner". Não é a primeira vez que o presidente do BC mistura política com economia. Quando ele tentou a vaga de vice-presidente na chapa de Dilma, os juros futuros também tiveram alta, com prejuízos para a política monetária.

 

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