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Zé Dirceu defende o papel do Banco Central na economia brasileira

16 agosto 2010 - 21h30

O ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu (PT) defendeu esta semana, em São Paulo, a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) na economia brasileira, durante e após a crise mundial. Em seminário realizado no Instituto Fernand Braudel, ele destacou que, se não fosse o banco estatal, o Brasil teria quebrado entre 2008 e 2009.

"O BNDES, ao lado dos fundos de pensão, Banco do Brasil e Caixa, foi o grande diferencial para o País enfrentar a crise. Sem os bancos públicos, teríamos quebrado", afirmou ele, para uma platéia selecionada de economistas, consultores e empresários. Na avaliação de Dirceu, essas instituições são a garantia do desenvolvimento do Brasil, do ponto de vista de política industrial e de agregar valor ao produto nacional.

"Se não entendermos isso, não vamos entender o papel do BNDES, que não é um banco privado, mas um banco público, que está a serviço do desenvolvimento do País e do interesse público", afirmou ele, referindo-se às críticas de que o financiamento do banco está concentrado apenas em 12 grandes empresas. Na opinião do ex-deputado, cassado em 2005 pelo envolvimento no escândalo do mensalão, o Brasil está criando empresas internacionais, atores internacionais, que agregam valor à marca, à logística e à capacidade de disputar mercados no mundo.

"Não estamos criando ficção, estamos criando grandes empresas do nível de Gerdau e Votorantim", disse Dirceu, apoiado pelo economista do BNDES, Marcelo Miterhof. O executivo frisou que o banco atua em benefício de todos os setores produtivos sem nenhum tipo de privilégio.

Na outra ponta da mesa, o economista Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), reclamou da falta de transparência do governo em relação à divulgação dos custos financeiros assumidos pelo Tesouro na concessão de financiamentos a taxas de juros subsidiadas pelo BNDES. A maioria das operações do banco se baseia na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 6% ao ano, enquanto a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 10,75% ao ano.

Durante todo o evento, o ex-ministro José Dirceu criticou arduamente o atual nível da taxa de juros do Brasil. Ele afirmou que não consegue ver explicação no recente ciclo de alta da taxa Selic. "Hoje esse é o maior problema do País. Quando os juros caírem, teremos um robusto mercado de capital", disse ele.

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