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Em tempos de pandemia, preços da cesta básica permanecem estáveis em Dourados

07 julho 2020 - 13h08

O valor da Cesta Básica do mês de Junho/2020, comparado com o mês de Maio, apresentou uma queda de 0,83% em Dourados. É o que constata a pesquisa realizada pelo Projeto de Extensão Índice da Cesta Básica do Município de Dourados do curso de Ciências Econômicas da Face (Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia) da Universidade Federal da Grande Dourados, realizada na última semana do mês de junho e na primeira deste mês.

Os produtos que compõem a Cesta Básica, conforme o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com a Lei 399 que estabelece o salário mínimo são: açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate. Os preços da cesta básica de maio com estes produtos ficaram em R$ 455,09 o que significa 43,55% do salário mínimo de R$ 1.045. E, no mês de junho, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia um pouco menor a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica, de R$ 451,32, o que equivale a 43,19% do salário mínimo vigente no país.

A partir da Constituição Federal de 1988, o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de maio um trabalhador douradense tinha de trabalhar 95 horas e 48 minutos para pagar a cesta básica e no mês seguinte, em junho, este mesmo trabalhador precisou de um tempo menor para comprar alimentos: exatas 95 horas, o que representou um pequeno ganho do poder de compra, atribuído, segundo o levantamento do curso da UFGD, à estabilidade dos preços da Cesta Básica douradense no mês passado.

Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, sete apresentaram aumento de preços no mês de junho em Dourados: a margarina, que teve um aumento expressivo, chegando a 12,57%; também a banana com um aumento que chegou a 10,67%; e o leite, com 6,70% de elevação de preços. Outros produtos que também aumentaram de preços foram a farinha de trigo com 5,54%, o café com 3,05%; a carne com 1,39% e com uma pequena elevação de preços o óleo de soja, com 0,77%. A banana, o leite, a farinha de trigo e o óleo de soja apesentaram elevação de preços pelo segundo mês consecutivo.

O que permitiu a estabilidade de preços no mês de junho foram a queda de preços do tomate e da batata, produtos estes que têm um peso importante na composição da Cesta Básica. E os produtos que registraram queda de preços no mês, comparado com maio, foram: o tomate com uma queda significativa e pelo terceiro mês seguido, de 15,89% e a batata, com 14,61%. Outros produtos que tiveram queda de preços foram o açúcar que fechou com 2,08%; feijão com 1,96% e pão francês com uma queda de 1,70%. Já o arroz, que nos dois meses anteriores aumentara muito, fechou sem nenhuma variação no mês de junho.

Mesmo com a estabilidade de preços dos produtos da Cesta Básica no mês de junho, os pesquisadores da Face/UFGD reforçam a sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados da cidade. De acordo com o professor Enrique Duarte Romero, coordenador desse trabalho, a diferença de preços entre o supermercado que praticou o preço mais elevado da cidade (R$ 484,51) e o menor (402,64), com os mesmos produtos, representa R$ 81,87; ou seja, 20,33% menor, “um ganho que consideramos compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos”. Outra sugestão é a de verificar também os levantamentos realizados pelo Procon, que coloca essa informação no início de cada mês e cujo seu método, segundo Romero, facilita ainda mais a comparação dos preços praticados por cada estabelecimento ao apresenta-los nominalmente com os respectivos preços de venda de cada produto exposto.

Pandemia

O coordenador do trabalho mensal de levantamento de preços realizado pela UFGD também manifesta preocupação sobre os efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, como o aumento do desemprego e fechamento das pequenas e médias empresas. “No Brasil, estes tipos de empresas são as maiores geradoras de emprego, existe uma demanda de crédito que o governo demorou muito para sua liberação e ainda é insuficiente”, mesmo considerando vantajosa a modalidade de empréstimo adotada pelo Governo, “tanto na taxa de juros e até prazo de carência, já que o objetivo principal é o pagamento da folha salarial num momento em que não existe produção e as vendas estão no seu nível mínimo”.

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