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Economia

Brasil trabalha para exportar maconha

25 dezembro 2019 - 15h08

Por causa de um drama familiar, Norberto Fischer se tornou um dos mais conhecidos defensores do uso medicinal da cannabis. Após testemunhar os efeitos terapêuticos do canabidiol (CBD) — um dos extratos da planta — sobre as crises convulsivas de Anny, a filha mais nova, ele decidiu entrar na Justiça e conquistou em 2014, pela primeira vez no País, o direito de importar legalmente um medicamento derivado da maconha.

Hoje, ele representa a HempMeds, uma fabricante americana que exporta para o Brasil. E diz que a decisão de iniciar a terapia com o canabidiol surgiu depois que a filha nasceu com uma série de características fora do padrão. “Com 40 dias, ela apresentou a primeira crise convulsiva, mas só quando ela tinha 4 anos conseguimos o diagnóstico: CDKL5, uma doença parecida com a Síndrome de Rett, mas tem como característica as crises convulsivas”.

“Na busca por algo que pudesse ajudar, eu e minha esposa, Katiele, soubemos do CBD. Fomos estudar e descobrimos que era derivado da maconha, o que nos causou um grande impacto. Além do preconceito que a gente tinha em relação à planta, era ilegal no Brasil. Mas no desespero de ver a Anny indo embora, resolvemos arriscar. Com nove semanas de uso, a Anny conseguiu ficar pela primeira vez na vida uma semana inteira sem ter convulsões. Então decidimos entrar na Justiça, o que gerou todo esse movimento que a gente vê hoje”, explica.

Com a liberação, pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dos estudos científicos com a maconha, as pesquisas só vão avançar, acredita o novo empresário do ramo. “Antes, a palavra maconha era muito mal vista, mas o preconceito já diminuiu muito. Aos poucos, as pessoas estão conhecendo, entendendo o potencial da planta para a medicina. No aspecto da importação, era impossível”.

A Anvisa teve que criar um protocolo para autorizar a importação, a Receita Federal também fez mudanças, inclusive com a redução de impostos. A primeira compra oficial do CBD, já autorizada pela Anvisa, demorou 40 dias para chegar no Brasil. A primeira seringa importada, de dez gramas de CBD, custava US$ 500 há 4 anos. Hoje, essa mesma seringa sai por US$ 220 ou US$ 230. Na entrevista que concedeu ao OGlobo, Fischer disse acreditar que o Brasil vai ser o grande exportador de cannabis medicinal em um futuro breve.

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