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Redes sociais se transformam em critério decisivo na hora de contratar para emprego

30 junho 2018 - 12h24

As redes sociais se tornaram uma vitrine, através da qual se pode acompanhar o que as pessoas fazem, pensam ou compartilham. Ao mesmo tempo, pode ser uma vidraça para quem se expõe no ambiente virtual sem medir as consequências. E nesse território onde não há divisão entre público e privado, patrões e recrutadores estão de olho no que os profissionais compartilham e nas possíveis repercussões que podem ser geradas.

Neste mês, por exemplo, um funcionário da Latam foi demitido após ter aparecido em um vídeo com outros brasileiros constrangendo mulheres durante a Copa da Rússia. Advogados trabalhistas ouvidos pelo G1 afirmam que o mau uso das redes sociais pode dar demissão, inclusive por justa causa.

VEJA UM EXEMPLO DESSA ANIMAÇÃO PRODUZIDA PELO PORTAL JW.ORG DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Não saber usar

Segundo a pesquisadora e consultora na área de comunicação digital Carolina Terra, as empresas estão de olho nos perfis, não apenas os monitorando diretamente, mas recebendo denúncias de pessoas que veem os conteúdos impróprios. “As pessoas falam mal do chefe na rede social, mas não na cara dele, porque têm a pseudo-sensação de estarem protegidas, mas na verdade estão ultraexpostas e isso logicamente traz consequências”, diz.

A consultora especializada em recrutamento, seleção, outplacement e recolocação de executivos Luciana Tegon ressalta que os profissionais são avaliados também no âmbito pessoal. “A gente quer entender um pouquinho o que faz aquele candidato que pode vir a se tornar funcionário dentro da empresa”, explica.

Segundo ela, os recrutadores fazem a pesquisa em perfis nas redes sociais quando o candidato consegue chegar à fase final, que é a da entrevista com o empregador. “Em alguns casos, os perfis nas redes sociais valem como critério de definição para que uma pessoa seja contratada ou descartada”, afirma.

Segundo ela, na entrevista presencial é possível ver o que o candidato quer passar, mas existe sempre um outro lado que ele não conta, e nas redes sociais é possível conhecer esse lado pessoal dele.

Saber usar

A coach executiva Luciana Tegon diz que as redes sociais também podem trazer benefícios para quem souber tirar bom proveito delas. Segundo ela, pessoas engajadas em causas de voluntariado, em ONGs de animais, campanhas de agasalho, que praticam esportes, fazem jardinagem, por exemplo, são bem vistas pelo mercado de trabalho, que vê como positivo o que elas fazem quando estão fora da empresa.

Luciana conta o caso de uma secretária bilíngue que se destacou no processo seletivo porque em sua rede social ela mostrava trabalho voluntário num lar de idosos. “A rede social é uma ferramenta que pode ser usada para o bem ou para o mal”, define.

Exemplos

O professor de etiqueta em redes sociais e de mestrado profissional em jornalismo Ivan Paganotti diz que as empresas monitoram ativamente a participação dos funcionários nas redes sociais devido à preocupação com a reputação e com a segurança da informação, e geralmente elas avisam que estão fazendo isso.

Ele cita como exemplos o caso de um funcionário da rede de cafés Starbucks, que foi acusado de racismo nos Estados Unidos por chamar a polícia ao ver dois consumidores que estavam há muito tempo sem consumir. Os clientes denunciaram que sofreram discriminação por serem negros. “A empresa teve que dar uma resposta coletiva para isso e deu curso de formação para os funcionários contra discriminação”, conta.

Outro caso foi o da empresa de serviços de hospedagem Localweb, em 2010, cujo funcionário falou mal de um time de futebol nas redes sociais e era justamente a equipe patrocinada pela empresa. Ele acabou demitido. “Esse caso mostra como a crise de reputação da empresa pode surgir da participação dos funcionários nas redes sociais. É difícil separar a vida do torcedor do funcionário da empresa”, comenta.

 

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