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Economia

Empreendedor precisa se livrar da 'síndrome de vira-latas' para crescer, diz consultor

29 maio 2018 - 19h33

Fernando Seabra afirma que o brasileiro precisa se libertar das crenças limitadoras, da “Síndrome de Vira-latas”, para então entrar efetivamente no caminho do sucesso. Ele também assegura que ao contrário do que o senso comum sugere, as oportunidades atualmente estão descentralizadas, ao passo que no horizonte visionário e assertivo deste investidor, o agronegócio caminha para ser a galinha dos ovos de ouro das novas ‘startups’.

Foi assim no evento abriu os trabalhos do primeiro Hackathon da Unigran, que envolveu os cursos de Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Engenharia de Software e Publicidade & Propaganda, realizado esta semana, onde o empresário e consultor da Fiesp (a poderosa Federação das Indústrias doestado de São Paulo) aproveitou para mostrar os principais elementos que podem desviar o empreendedor do caminho do sucesso.
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É raro hoje em dia quem nunca ouviu falar nas famigeradas ‘startups’, mas afinal, o que é isso? O termo de origem norte-americana existe há décadas para definir toda e qualquer nova empresa, contudo, foi apenas no início dos anos 2000, com a quebra da bolsa da internet – a Nasdaq – que o conceito se tornou mais usual, quando passou a definir algo como um grupo de pessoas que trabalhavam em torno de uma ideia que supostamente poderia gerar um significativo lucro de forma rápida.

Porém, passados quase 20 anos, o conceito hoje está um tanto alterado e ainda não é unânime, mas atualmente, de forma geral, startup é sinônimo de um determinado grupo de indivíduos à procura de um novo modelo de negócio, normalmente vendendo um produto ou serviço novo ou simplesmente alterando a forma como um conhecido produto é apresentado aos potenciais consumidores. São conhecidos exemplos de startups brasileiras a Nubank, ícone dos cartões de crédito sem anuidade, que recentemente entrou para o hall das empresas unicórnios – aquelas que superaram a cifra de US$ 1 bilhão em valor de mercado. Outro, mas que marchou pelo caminho errado, é o Banco Neon, que semanas atrás foi à bancarrota.

Voltando ao cerne deste conteúdo, Seabra contou que ao aterrissar em Dourados e em Mato Grosso do Sul pela primeira vez, ficou encantando com os verdejantes e vigorosos campos que viu ao seu redor, naquilo que afirmou ser o retrato de um Brasil do futuro. Obviamente que não é de hoje que o agronegócio é um dos principais motores da economia nacional, pelo contrário, mas desde a industrialização que o país enxerga o setor primário com certa vergonha, tentando sempre se desvencilhar dele, mas o palestrante defende que precisamos focar naquilo que somos bons por natureza e para isso usou uma metáfora interessante, ao dizer que não devemos dar aula de reforço nas disciplinas nas quais o aluno tem dificuldade e sim naquelas que ele tem facilidade.

Além disso, ele que lidera o GRI (Grupo de Relacionamento com Investidores) do Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera Fiesp, reforça afirmando que o empreendedor de Mato Grosso do Sul possui tantas oportunidades como aquele que está no eixo sul-sudeste, da mesma maneira que não estão em desvantagem em relação aos que desfrutam das benesses do primeiro mundo; basta que se tenha consciência do que pode fazer de melhor e para quem apresentar esse potencial. “O Brasil de hoje é o que vejo diariamente na Avenida Paulista, mas, o Brasil do futuro é este que vejo aqui. Não estou dizendo para todos migrarem para este setor, mas digo que quem é do agro continue neste caminho, pois é o segmento que ainda vai nadar de braçada”, complementou.

Crenças limitadoras

Durante o evento no anfiteatro da Unigran, Seabra explicou também que atualmente 97% das startups fracassam, e quase metade destas sucumbem pelo mesmo motivo, simplesmente por oferecerem um produto ou serviço que o mercado não quer. Isso acontece, conforme o palestrante, pelo fato do empresário incorrer no 'Mito do Empreendedor', detalhado no livro homônimo lançado por Michael Gerber em 1986, que diz, entre outras coisas, que boa parte daqueles que iniciam o próprio negócio são apenas 10% empreendedores, 20% administradores e 70% técnicos, ou seja, uma composição fadada ao fracasso.

Para equilibrar a balança, Seabra menciona que é preciso buscar conhecimento, e seguindo uma linha oposta daquela que alguns vendem e que a mídia não muito raramente compra, estudar continua sendo o caminho mais óbvio e menos árduo para alcançar o sucesso, pois aqueles que obtiveram êxito sem conhecimento são apenas exceções, mas, por fazerem um certo estardalhaço, acabam por criar nos jovens a consciência de que basta ter coragem e nada mais. “A academia não transmite o conhecimento, ela ensina a racionalizar o conteúdo, a absorver os dados e transformá-los em informação e conhecimento”, explicou.

Existem inúmeras âncoras que impedem o desenvolvimento das startups, âncoras estas que ele define como 'crenças limitadoras', que podem ser de ordem psicológica, cultural, religiosa e etc. Seabra alerta que muitas vezes o empreendedor não tem a consciência de que carrega estas pedras, fato que é mais intensificado no brasileiro, que por natureza é raçudo e não desiste fácil, contudo, em inúmeros casos não está sendo persistente, mas apenas insistindo no erro ao invés de se libertar daquilo que o distancia da glória.

O palestrante

Fernando Seabra é advogado formado na PUC-SP, especializado em Marketing pela Universidade da Califórnia e MBA pela Drucker School of Business, onde já foi professor. É sócio fundador da Natura, mas seus investimentos vão muito além da conhecida empresa de cosméticos, atuando também no setor da educação através da Titan Educação, voltada ao mercado de cursos à distância, além de diversos outros investimentos em diferentes áreas.

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