Os preços mundiais dos alimentos atingiram o maior nível dos últimos 21 anos, segundo índice divulgado nesta quinta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Em fevereiro, o índice registrou o oitavo mês consecutivo de alta e chegou a 236 pontos, 2,2% acima do número de janeiro (231 pontos). Esse é o maior patamar desde o início da série histórica da entidade, em 1990.
Com exceção do açúcar, todos os produtos agrícolas monitorados pela entidade registraram aumento de preços.
Na avaliação da FAO, o cenário não deve melhorar no curto prazo. Pelo contrário, a expectativa é de forte redução dos estoques de cereais neste ano, já que a demanda deve continuar a crescer e a produção mundial de cereais foi menor em 2010.
As tensões no Oriente Médio e norte da África acrescentam preocupação ao cenário para preços de commodities agrícolas, na avaliação da entidade. "Picos inesperados no preço do petróleo podem agravar a situação já precária no mercado de alimentos", diz em nota David Hallam, Diretor de Comércio da FAO.
Crescem também os temores de que a alta histórica nos preços de alimentos resulte em novas revoltas, como as que ocorreram em 2008 – os conflitos e protestos contra a disparada das commodities agrícolas provocaram até a queda de governos.
