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Agronegócio

Nova tecnologia reduz perdas na colheita da cana

03 março 2011 - 11h48Por Redação Douranews, com Globo Rural
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) desenvolveu um novo sistema que pode ajudar agricultores a diminuir os danos causados à cana-de-açúcar na hora da colheita. A tecnologia utiliza lâminas serrilhadas com corte por deslizamento, o que reduz de 3,4% para 0,2% a quantidade de soqueiras (raízes ao redor da planta) arrancadas, que não rebrotam mais. O sistema também diminui o ataque de fungos e doenças às soqueiras, assim como a deterioração da cana que chega para as usinas.

A colheita mecanizada é mais rápida e proporciona melhores condições de trabalho que a colheita manual. Porém, as perdas causadas pela mecanização chegam a 15%, enquanto esse percentual é de apenas 5% no processo manual. Segundo o pesquisador do IAC Roberto da Cunha Mello, os cortadores de base que vêm sendo utilizados hoje (com lâminas retangulares e corte por impacto) causam alto volume de perdas de cana e provocam redução na produtividade devido aos danos causados à soqueira.

Atualmente, a cana-de-açúcar consegue ter entre cinco e seis rebrotas, graças às pesquisas com melhoramento genético. No entanto, pouco se aproveita se não houver manejo adequado no campo. “O manejo equivocado reduz a expressão das características genéticas. A quantidade de rebrota da cana dobrou nos últimos 40 anos por conta do uso de pacotes tecnológicos e a colheita é uma das características que influenciam no bom resultado de uma variedade”, explica o pesquisador do IAC Marcos Guimarães de Andrade Landell, responsável pelo Programa Cana IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.


O IAC trabalhou por dez anos nas pesquisas de corte de cana com lâmina serrilhada e realizou os testes em campo nas safras de 2006, 2007 e 2008. Apesar de o investimento no produto ser aproximadamente quatro vezes maior, as lâminas duram mais, pois sofrem menos desgaste ao colherem a cana levemente, acima da superfície do solo. Enquanto as lâminas convencionais têm de ser trocadas diariamente, as serrilhadas duram em média seis dias.