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Economia

Economia cresceu 0,25% no 2º trimestre, segundo prévia do PIB do BC

17 agosto 2017 - 13h27Por Alexandro Martello/G1

A economia brasileira continuou a crescer no segundo trimestre deste ano, mas num ritmo mais lento, aponta o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira (17).

Entre abril e junho, o índice registrou crescimento de 0,25% quando comparado com o primeiro trimestre de 2017 (janeiro a março). O resultado foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes de um ano.

Esse foi o segundo semestre seguido de alta no indicador. No primeiro trimestre, o IBC-Br apontou alta de 1,21% no PIB brasileiro, no cálculo revisado pelo BC.

No último trimestre do ano passado, houve queda 0,47%.

O IBC-BR é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números oficiais do PIB do segundo trimestre serão divulgados no dia 1º de setembro.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2015, o PIB teve uma retração de 3,8% e, no ano passado, a economia registrou um encolhimento de 3,6%.

Previsões para 2017

Para 2017, a previsão dos bancos é de uma alta de cerca de 0,34% no PIB, mas o Ministério da Fazenda, do Planejamento e o Banco Central estimam uma expansão maior da economia neste ano: da ordem de 0,5%.

Para tentar reaquecer a economia, o governo Michel Temer tem anunciado medidas como a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O Banco Central também vem reduzindo a taxa Selic, o que deve se traduzir em queda dos juros dos empréstimos bancários.

Mês de junho, parcial do ano e doze meses

Os dados do BC mostram que, somente em junho, o nível de atividade registrou crescimento de 0,50% na comparação com maio. Neste caso, a comparação foi feita após ajuste sazonal, considerada mais apropriada por analistas. Sem ajuste, houve uma queda de 8,24% no IBC-Br em junho deste ano.

Os números do BC mostram que o nível de atividade avançou em quatro dos seis primeiros meses deste ano: janeiro (0,54%), fevereiro (1,42%), abril (0,19%) e junho (0,50). Teve retração em março (-0,48%) e maio (-0,37%).

Já no acumulado do primeiro semestre de 2017, ainda segundo números do BC, o indicador do nível de atividade registrou estabilidade. No período, houve uma queda marginal de 0,11% contra o mesmo período do ano passado. A comparação foi feita sem ajuste sazonal. Dessazonalizado, o indicador avançou pouco também: 0,06%.

Na parcial de 12 meses até junho, ainda segundo a autoridade monetária, a prévia do PIB (indicador dessazonalizado) do Banco Central registrou contração de 1,82% (sem ajuste, a queda é de 2,03%).

Metodologia e uso do IBC-Br

Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.

O indicador é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25% ao ano - o menor patamar em cerca de quatro anos.

Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto os juros sobem, pessoas e empresas ficam menos dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.

Para 2017 e 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Neste ano, por conta da demora na retomada do nível de atividade, o mercado financeiro, e também a autoridade monetária, acreditam que a inflação oficial ficará abaixo da meta central de 4,5% - algo que não acontece desde 2009.