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Agronegócio

Café gourmet fica mais caro e indústria não consegue repassar o preço para o consumidor

25 fevereiro 2011 - 12h57Por Redação Douranews, com Globo Rural

A escalada das cotações do café, em particular dos grãos de melhor qualidade, tipo gourmet, tem permitido a recuperação da renda no campo, mas a indústria enfrenta dificuldade para repassar o aumento. "O momento é difícil e deve se estender por mais tempo, pois a elevação do preço do café é constante e persistente", informa o diretor Rodrigo Branco Peres, do Café do Centro, uma das principais torrefadoras de grãos gourmet do país.

"O cliente até entende a situação do mercado", observa. Branco Peres explica que a Colômbia, importante país produtor, há três safras não consegue atingir seu potencial produtivo por causa da renovação dos cafezais e de problemas climáticos. A América Central também tem apresentado queda na produção em alguns países. No Brasil, o cafeicultor mal remunerado nos últimos anos deixa de investir na lavoura.
No Cerrado Mineiro, onde se produz um dos melhores grãos do país, a cotação do café subiu cerca de 90% nos últimos 12 meses, conforme dados levantados pelo AE Taxas. Segundo Peres, mesmo com algum repasse, da ordem de 20%, o equilíbrio entre receita e despesa tem sido complicado. "Os grãos finos têm subido mais do que os outros tipos de café, mas jamais abriremos mão da qualidade", ressalta, acrescentando que a matéria-prima corresponde a cerca de 70% a 65% do custo total de produção na indústria. "O problema não é pouca quantidade, mas sim a falta de determinadas qualidades de café", comenta.

As grandes torrefadoras também negociam reajuste com o varejo. Além disso, procuram alterar os blends, utilizando grãos mais baratos. Inevitavelmente a cotação dos cafés mais fracos está reagindo no mercado. Peres salienta que não é possível estimar o nível de preço que o café pode alcançar. "A cotação pode até cair, mas certamente ficará em um novo nível, mais alto", diz.